02/02/2017 20:27 - Política
Radioagência
Reformas: governistas prometem apoio; oposicionistas anunciam obstrução
Reformas política, trabalhista, da Previdência Social e do ensino médio: todas elas são polêmicas e constam das prioridades da agenda legislativa do governo Michel Temer para 2017. Líderes governistas prometem empenho para aperfeiçoá-las durante a tramitação na Câmara. Já os opositores anunciam, desde já, obstrução às matérias que, segundo eles, representam retrocesso em conquistas sociais. Líder do maior partido governista, o PMDB, o deputado Baleia Rossi garante a unidade da legenda em torno dessas reformas.
"Nós buscamos sempre a unidade do partido para que possamos votar as medidas importantes que o presidente Michel tem encaminhado para essa Casa, para colocar o país no trilho. E a economia do nosso país já está dando sinais importantes de melhora.”
A recuperação econômica também é o argumento da nova líder do PSB, deputada Tereza Cristina, em defesa das reformas. Mas ela quer amplo debate para aperfeiçoar as propostas em tramitação. Um dos focos, segundo a deputada, é a superação do desemprego.
"Treze milhões de desempregados é muita gente. Então, essa matéria da economia brasileira é uma prioridade do PSB. E aí temos várias reformas encaminhadas pelo Executivo: às vezes, remédios amargos que nós teremos de dosar para não matar, mas curar o paciente.”
Apesar das propostas polêmicas, o também governista líder do DEM, deputado Pauderney Avelino, avalia que Temer vai conseguir manter sua base aliada coesa, mesmo sem ter comparecido à cerimônia de abertura do ano legislativo, no Congresso Nacional.
"Eu gostaria que o presidente Michel Temer viesse aqui à Casa. Mas, não vindo, também não sofrerá qualquer prejuízo. Será uma Câmara reformista e eu entendo que teremos muito trabalho pela frente.”
Já entre os líderes da oposição, a estratégia é a de obstruir as reformas, como afirmou o líder da Rede, deputado Alessandro Molon.
"Nós consideramos que este ano vai ser marcado por iniciativas do governo Temer de retirar direitos de brasileiros: direitos previdenciários, direitos trabalhistas, entre outros. É fundamental resistir, na Câmara, contra as iniciativas de retirada de direitos que virão do Palácio do Planalto.”
O líder do PDT, deputado Weverton Rocha, avalia que a crise política de 2016, que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ainda não terminou. Para o pedetista, só o ano de 2018 dará a oportunidade de o povo eleger um presidente que tenha a “legitmidade de enfrentar esses temas polêmicos”.
"O que for a favor do trabalhador e a favor da educação, o PDT estará junto. O que for para retirar direitos e o que não seja pauta de interesse nacional, o PDT estará aqui, de forma responsável, alertando o Brasil para qualquer tipo de agressão ao povo brasileiro.”
Em vez de reformas trabalhista e da Presidência, o novo líder do PT, deputado Carlos Zaratini, quer prioridade para reforma tributária, em 2017.
"Porque aqui, o povo mais pobre paga muito imposto e aquela minoria rica paga muito pouco imposto. Então, é necessário fazer uma reforma tributária que garanta que aqueles que têm mais, paguem mais, e os que têm menos, paguem menos ou não paguem nada.”
As reformas citadas já estão em análise dos deputados, em fases distintas de tramitação.
Reportagem – José Carlos Oliveira