10/11/2016 15:30 - Meio Ambiente
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Comissão de Direitos Humanos reúne uma série de denúncias sobre a falta de atendimento adequado às populações atingidas pelo rompimento de barragem da mineradora Samarco, na cidade mineira de Mariana. A tragédia, que resultou na morte de 20 pessoas, completou um ano no dia 5 de novembro. Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara visitaram dez municípios afetados pelo acidente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Segundo o presidente do colegiado, deputado Padre João, do PT de Minas Gerais, muito pouco foi feito em prol das vítimas, que estão vivendo em situação vulnerável. Ao longo do Rio Doce, não há água para consumo humano ou mesmo para lavar roupa. Padre João critica a criação de uma fundação pela empresa Samarco, que estabelece os critérios de quem tem direito a receber os benefícios financeiros.
"O dono da pousada recebe o cartão. Equivale lá a um salário mínimo, mas os trabalhadores que foram demitidos da pousada não recebem. A dona da lojinha de artesanato recebe o cartão, mas os artesãos não recebem. Essas comunidades todas estão sem receber absolutamente nada. Quando a gente vai na unidade básica de saúde, o índice de doenças renais é uma coisa assustadora. Porque já tem o estudo de mais de uma universidade comprovando o alto índice de metais e uma superbactéria."
Padre João afirma ainda que a falta de recursos representa uma questão de prioridade da empresa. Ele diz que já foram investidos mais de 60 milhões de reais em uma hidrelétrica no município de Rio Doce.
"E qualquer cidadão, ouvinte, pode entrar no site da Renova, que é a tal fundação e lá ver e acompanhar esse orçamento. Lá eles estão priorizando a limpeza da hidrelétrica para voltar a funcionar. E o povo sequer está incluído como atingido."
Padre João critica, ainda, a atuação dos governos em relação ao caso e afirma que não há perspectiva para reparar os danos econômicos, sociais e ambientais causados.
Os deputados da Comissão de Direitos Humanos pretendem agora reunir todo o material colhido na visita, incluindo as denúncias em áudio e vídeo, para apresentar um relatório até o fim do mês.
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