08/11/2016 20:17 - Educação
08/11/2016 20:17 - Educação
Deputados, dirigentes de universidades privadas e especialistas em educação divergiram nesta terça-feira sobre a flexibilização do conteúdo ensinado nas salas de aula, um dos pontos da reforma do ensino médio (MP 746/16).
Após a conclusão do núcleo comum obrigatório, em no máximo 1200 horas, a proposta permite que as escolas ofereçam formação específica com ênfase em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.
Na quarta audiência da comissão mista que analisa o tema, os defensores da flexibilização argumentaram que o currículo atual com 13 disciplinas obrigatórias engessa o ensino médio e desmotiva o aluno. Já para os críticos, a proposta não traz requisitos suficientes para assegurar a o ensino básico e a qualidade da formação técnica.
Para o reitor da Unicesumar, Wilson Silva, a agenda flexível aproxima a escola à realidade do aluno aumentando sua motivação:
“Ao concluir o ensino médio hoje somente 9,4% dos alunos têm proficiências em matemática, em língua portuguesa 27%. Isso é um caos, por isso o aluno entra no ensino superior e não dá conta. Metade dos que entram no ensino superior desistem.”
Contrária à reforma por meio de MP, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) criticou artigo do texto que autoriza profissionais com "notório saber" a dar aulas de conteúdos técnicos.
“Como é que um professor vai dar aula sobre aquilo em que não é formado, não fez uma especialização? Isso diminui a qualidade. Nós temos de investir em licenciaturas, mesmo em áreas técnicas onde junte o saber técnico com o saber pedagógico.”
Segundo o presidente do colegiado, deputado Izalci (PSDB-DF), o relatório deve ser votado até o fim deste mês:
'Queremos aprovar ainda esse ano para que no ano que vem estados e municípios possam regulamentar e definir a questão dos livros didáticos e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), porque tudo será decidido no ano que vem."
Para os críticos à reforma, ela não poderia ser feita sem antes se definir quais matérias irão compor a Base Nacional Comum Curricular, ou seja, quais disciplinas serão obrigatórias e quais serão optativas. Já os defensores da reforma argumentam que é preciso aprovar a nova estrutura para depois construir os conteúdos com a participação da sociedade e os conselhos nacional e estaduais de educação.
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