Radioagência

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que espera a aprovação nesta terça-feira (25) da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece limite para gastos públicos (PEC 241/16). Maia esteve em São Paulo e participou de dois eventos com empresários e representantes do mercado de capitais.

"Vamos caminhar para as outras, mostrando aos brasileiros e investidores que o Brasil está voltando ao rumo correto, ao rumo correto, ao rumo do reequilíbrio fiscal de suas contas. Importante para o governo é ganhar, e eu acredito nessa matéria, é ter 308 votos. Tudo o que vier acima disso é muito bom, muito bem-vindo. A gente espera ter um resultado tão bom quanto no primeiro turno [366 votos]."

Além da aprovação desta PEC, o presidente da Câmara destacou a importância de aprovar uma reforma da Previdência, para que sejam garantidos, no futuro, os recursos para pagamento das aposentadorias e pensões.

“Para explicar para o cidadão o porquê da reforma, como a previdência está hoje, qual a projeção da previdência para daqui a dez anos, porque há um risco grande de não existir mais recursos para pagar a previdência no futuro e é por isso que se quer fazer a reforma, para garantir, a quem vem pagando sua aposentadoria há tantos anos, para que não aconteça com o que aconteceu com muitos aposentados no meu estado no Rio de Janeiro, que a previdência tem um déficit de R$ 11 bi. Isso que a gente não quer que aconteça em todo o Brasil."

Maia afirmou que não será contra caso o governo demostre interesse em votar a alteração da lei que regulariza ativos no exterior. De acordo com o presidente, no momento de crise econômica, não se pode abrir mão de recursos significativos entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões.

"Eu sou sempre daqueles que acreditam que, na crise em que o Brasil vive, qualquer real faz a diferença. E as mudanças propostas, que não eram de mérito, eram apenas para garantir a segurança jurídica, garantiriam mais R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões. Se houver um grande entendimento, com acordo do governo, porque esse é um tema muito sensível, se não tiver sinal verde do governo, no dia em que nós estamos a uma semana do fechamento do prazo, seria uma irresponsabilidade da minha parte."

Rodrigo Maia questionou ainda a operação da última sexta-feira (21) da Lava Jato, que cumpriu mandados de prisão de quatro policiais legislativos, além de busca e apreensão de documentos no Senado Federal. Segundo a PF e o Ministério Público Federal, o objetivo da ação foi desarticular uma associação criminosa que buscava obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

"Tem que se avaliar com muito cuidado, quando uma instituição, quando um juiz de primeira instancia toma uma decisão de entrar em um poder. Eu tenho muitas dúvidas se a ação da Polícia Legislativa estava errada. A Constituição preserva o sigilo das informações de um parlamentar.”

Maia reafirmou que a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha não afetará os trabalhos legislativos. Para Rodrigo Maia, a pauta da Câmara deve focar no teto de gastos, na reforma da previdência, trabalhista e política.