21/09/2016 19:44 - Educação
Radioagência
Presidente do movimento Todos pela Educação critica falta de prioridade para o assunto
A Câmara dos Deputados realizou sessão solene nesta quarta-feira (20) para comemorar os dez anos de criação do movimento Todos pela Educação. O movimento foi criado em 2006 para aumentar a participação da sociedade e garantir o direito de crianças e jovens a uma educação básica de qualidade.
Presidente-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, disse que um dos maiores erros históricos do Brasil foi ainda não ter colocado a educação no lugar devido.
"A gente nunca levou a sério essa grande missão de colocar a educação como pilar central do projeto de desenvolvimento do nosso País. Agora está aqui nas nossas mãos, dessa geração que está aqui, mudar essa história. O que a gente precisa fazer é mudar o destino do Brasil, para que a gente tenha menos violência, menos desigualdade, menos crises sucessivas."
A sessão solene para celebrar os 10 anos do movimento Todos pela Educação foi proposta pelos deputados Alex Canziani (PTB-PR), Arnaldo Faria De Sá (PTB-SP), Bacelar (PTN-BA) e Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO).
Canziani, que preside a Frente Parlamentar Mista da Educação, destacou o papel de organizações da sociedade civil, como o Todos pela Educação, para garantir a todos por meio da educação o devido preparo para o exercício da cidadania e para a vida.
"Não há dúvida de que o avanço necessário se torna mais célere quando se estabelece parceria entre a sociedade civil o poder público, que detém meios, vontade política e perseverança para implantar as políticas educacionais. Destaco como grande exemplo o movimento Todos pela Educação, cujo 10º aniversario se comemora nesta sessão solene"
Por sua vez, o deputado Arnaldo Faria de Sá destacou que o Todos pela Educação vem se notabilizado também pelo trabalho de acompanhamento da implementação do Plano Nacional de Educação, que traz 10 metas fixas para serem cumpridas pelo País até 2022.
Presente à solenidade, o ministro da Educação, Mendonça Filho, comentou alguns avanços no setor, como a ampliação do acesso à educação no nível fundamental, mas reconheceu que ainda há inúmeras deficiências que comprometem o futuro dos jovens brasileiros, sobretudo os de escolas públicas.
“Essa missão tem que ser dividida entre todos. O próprio nome Todos pela Educação traduz um chamamento à sociedade brasileira. Temos que fazer com que a prioridade para educação não se dê apenas a partir da visão do governo, a população como um todo tem responsabilidade."
Por fim, com um testemunho, a estudante Tábata Amaral mostrou que a educação pode mudar vidas.
"Nosso país é muito injusto e desigual e o que alimenta isso é que o nosso sistema educacional. Mas a única solução é a educação. É só olhar para o meu exemplo."
Filha de dona de casa, a jovem da periferia de São Paulo concluiu ensino médio com bolsa de estudos e acabou aceita para estudar astrofísica e ciências sociais em Harvard e em outras cinco universidades americanas. Tábata Amaral aproveitou a solenidade na Câmara para anunciar que futuramente pretende entrar para a política.