29/08/2016 19:16 - Política
Radioagência
Mesmo com pauta na Câmara, deputados repercutem depoimento de Dilma no Senado
Apesar de ter medidas provisórias na pauta de votação da Câmara, durante a manhã e a tarde desta segunda-feira, a atenção dos deputados estave mais voltada ao que acontecia na Casa ao lado: o depoimento que a presidente da República Dilma Rousseff dava, simultaneamente, no plenário do Senado, como parte do processo de julgamento que pode levar ao afastamento definitivo dela do Palácio do Planalto. As falas da presidente repercutiram também no plenário da Câmara.
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), elogiou a coragem de Dilma Rousseff de fazer a defesa pessoalmente no Senado, e afirmou que a presidente conseguiu rebater as acusações e mostrar que não há razão para ser condenada.
"Não há um dado, uma prova que diga que há de fato crime de responsabilidade. As pedaladas já foram desmontadas há muito tempo pelo Ministério Público Federal que pediu o arquivamento, pela própria consultoria do Senado, que descaracterizou e nem mesmo os senadores conseguem mais falar disso com vigor porque já perceberam que isso aí não funciona. E os três decretos que permanecem são decretos absolutamente encaixados sob o manto da legalidade e da constitucionalidade. Portanto, não há crime."
A crítica a Dilma Rousseff veio do vice-líder do bloco parlamentar PMDB-PEN, Mauro Pereira (PMDB-RS):
"A Presidenta fala o tempo que quer, fala o que ela quer, só mentiras, só inverdades, enquanto isso o Brasil está com quase 12 milhões de desempregados, 65% das nossas empresas que não conseguem mais uma negativa de débitos e, ao mesmo tempo, vejo aqui, pessoas, deputados federais e senadores, ainda querendo que essa mulher permaneça no Governo. Pelo amor de Deus!"
O vice-líder do PT, deputado Henrique Fontana, explicou porque concorda com a tese da presidente Dilma, de que o está acontecendo é um golpe.
"Golpe de caráter parlamentar, ele está sendo dado para colocar no poder Michel Temer, que não tem votos para chegar ao poder. É a troca de uma eleição direta, por uma eleição indireta, onde uns poucos senadores cassam o voto de milhões de brasileiros. E esse golpe é contra um projeto de gestão pública."
Já para o deputado Sandro Alex (PPS-PR), esses argumentos não fazem sentido.
"Golpe foi o que o PT fez com o povo brasileiro para permanecer no poder. E nós estamos aqui julgando apenas os crimes cometidos neste mandato. Não estamos avaliando o passado. Não estamos avaliando que esse Governo foi eleito com dinheiro roubado."
A votação do afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff deverá ocorrer a partir desta terça-feira (o processo está na fase de defesa. Ainda há o processo de discussão, encaminhamento e votação).