19/08/2016 09:55 - Política
Radioagência
Setenta e seis parlamentares são candidatos nas eleições municipais
Setenta e quatro deputados e apenas dois senadores são candidatos nas eleições municipais de outubro. Eles vão disputar as prefeituras de capitais e de cidades de médio e grande portes. O DIAP, Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, fez um levantamento preliminar sobre os parlamentares candidatos e constatou que o número está abaixo da média histórica, que é de 89 nomes. Dos deputados que concorrem este ano, 66 são candidatos a prefeito e oito a vice-prefeito, e os dois senadores – Marta Suplicy, em São Paulo e Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro – concorrem ao cargo de prefeito. Entre os fatores atribuídos pelo diretor de Documentação do DIAP, Antônio Augusto de Queiroz, à queda no número de parlamentares candidatos está o fim do financiamento empresarial de campanha.
"O dinheiro fala mais alto. Não se faz campanha no Brasil sem dinheiro, é uma das mais caras do mundo. O fato de não haver o financiamento empresarial de campanha faz com que muitos parlamentares repensem as candidaturas porque terão de arcar ou com recursos próprios ou com doações de pessoas físicas ou, eventualmente, com recursos de fundos partidários. E nenhum deles, isoladamente, tem esse volume de recursos para bancar candidaturas ou campanhas tão caras."
Um segundo aspecto que interferiu para que o número de deputados e senadores se candidatassem a cargos nas prefeituras é o desgaste da imagem dos parlamentares. O diretor do DIAP Antônio Augusto de Queiroz explica.
"Essas operações Lava Jato, denúncias etc., fizeram com que a imagem dos parlamentares ficasse ruim perante a opinião pública. Às pessoas que utilizavam esse momento para oxigenar sua candidatura, no momento em que a opinião pública tem certa hostilidade, então é preferível não se candidatar."
O último fator a desestimular a candidatura de parlamentares é a difícil situação financeira dos municípios, em razão da recessão e da crise econômica. Muitos não conseguem pagar sequer a folha de pessoal.
Entre os deputados, os partidos com maior número de candidatos são o PSDB, com 11, seguido do PMDB e PT, com nove cada. O PCdoB, com seis, supera partidos como o PR, o PSB e o PTB, com cinco cada. O PSol lançou quatro candidatos, o mesmo número do PRB. Com três candidatos estão o PSD e o DEM. Lançaram apenas dois candidatos o SD, o PPS e o PDT. Com um candidato estão o PP, Rede, o PHS e o Pros. Segundo o DIAP, cada partido tem um objetivo particular ao lançar candidatos às prefeituras. O PT visa resgatar a sua imagem diante dos recentes episódios, como o Mensalão e o Petrolão. No caso dos tucanos, o diretor avalia que a intenção é propagar sua doutrina porque vê a perspectiva de poder no horizonte. Já os PMDB quer aproveitar o período de dois anos de Michel Temer para ter condições de fazer uma boa gestão. Já os candidatos que não se enquadram nesses aspectos, de acordo com o diretor Antônio Augusto de Queiroz, estão concorrendo apenas para cumprir uma determinação partidária de aproveitar o espaço da propaganda eleitoral no rádio e na televisão para defender as posições das legendas.