Radioagência

Comissão de Educação da Câmara debateu bônus de 10% na nota do Enem para alunos inscritos no Sisu e Sisutec de regiões menos favorecidas ingressarem em Universidades.

Muitos destes alunos não têm conseguido ocupar vagas em Instituições de Ensino Superior do seu município ou em cidades vizinhas.

Isso porque alunos do Sudeste e de capitais migram para estas regiões e acabam ocupando essas vagas.

Para o presidente do Conselho Municipal de Educação de Petrolina, Raul Novaes, o bônus - diferentemente de cotas - seria apenas um auxílio à nota obtida pelo estudante. Ele considera injusto que alunos com melhores condições de ensino disputem vagas com estudantes que tenham um ensino básico bem inferior à média nacional.

"É preciso que o jovem lá da sua região, o sertanejo, o filho do trabalhador, ele tenha a possibilidade de correr em condições iguais. Porque igualdade não é sinônimo de todo mundo faz a mesma prova, o Enem e quem sair melhor ganha a vaga. Este conceito de igualdade nos parece, um tanto quanto injusto. Porque você submete ao mesmo exame pessoas que tem realidades socioeconômicas e a educação completamente diferenciadas."

Para o representante da União dos Estudantes do Sertão, Igor Cardoso, o ensino que os jovens recebem nessas regiões é o principal entrave para que eles ocupem vagas em Instituições de Ensino de suas regiões.

"Nós temos essa carência de educação e infelizmente nossa educação de base não foi tão investida quanto alguns outros lugares do país e isso acaba dificultando o aluno da região conseguir ingressar no ensino superior."

O deputado Kaio Maniçoba, do PMDB de Pernambuco, defende que a medida atinja não só o Norte e Nordeste, mas todo território nacional.

"Então, a gente quer fazer um projeto de lei que contemple o Brasil, como um todo. E o estudante que esta no Sul não fique menos valorizado do que o estudante que esta no Nordeste. Então, a gente tem que fazer um amplo debate, para que a gente possa enfim formular um projeto de lei e dar andamento na comissão."

A medida já é adotada em algumas instituições do país, como a Universidade Federal do Pará, por exemplo.
Após a medida, 98% dos alunos que ingressaram na universidade paraense são oriundos das regiões próximas.