23/05/2016 21:52 - Política
Radioagência
Romero Jucá anuncia afastamento do cargo
Depois de ter participado da entrega do projeto com a nova meta fiscal do governo ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, que acompanhava o presidente interino Michel Temer, anunciou que pediria licença do cargo até que o Ministério Público se posicione a respeito das denúncias.
Líderes partidários comentaram as denúncias desta segunda-feira.
O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence, afirmou que as gravações são comprometedoras e mostram uma clara manobra para desarticular a Operação Lava-Jato.
"É muito grave e o senador obviamente tem direito de defesa, mas a situação dele, a de Michel Temer e desse governo golpista derreteu o governo. Ele não tem o voto popular, a agenda dele é só tirar direitos e agora está público que foi uma conspiração com o objetivo também de obstruir as investigações sobre corrupção no Brasil.”
Para o líder dos Democratas, Pauderney Avelino, a saída do ministro Romero Jucá é uma oportunidade para que ele se defenda das acusações, fora do governo. Segundo ele, a rapidez na tomada dessa decisão demonstra a diferença entre o atual governo e o governo anterior.
“Eu entendo que essa gravação era uma coisa que iria trazer uma crise desnecessária. Iria trazer foco para uma questão que seria uma questão que iria atropelar aquilo que nós estamos comprometidos em fazer, que é a retomada do processo de reconstrução do nosso país.”
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy, acredita que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado tenha feito outras gravações que também devem ser tornadas públicas em benefício da sociedade.
"E é bom que tudo isso seja revelado. Nada deve ficar escondido porque essa operação Lava-Jato é uma operação que não tem ninguém no mundo que possa segurá-la. É uma conquista do povo brasileiro. Tem a maioria esmagadora da aprovação da população. Nós, do PSDB, colocamos no momento em que fomos apoiar integralmente o governo do Michel Temer, colocamos naquela nossa carta de princípios e valores o primeiro item: a continuidade da operação Lava-Jato."
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno, defende o afastamento de todos os envolvidos na Operação Lava-Jato. Para ele, a saída do ministro do Planejamento é correta porque retira a crise do governo federal.
"Porque é insustentável um ministro de Estado ficar no cargo com acusação da Operação Lava-Jato. Hoje aplaudida por milhões de brasileiros, ninguém consegue de forma alguma ficar de pé num cargo de governo com denúncias da Lava-Jato. Até porque ali tem o Ministério Público, a Receita Federal, tem a Polícia Federal, tem a Justiça Federal, todos trabalhando com o mesmo objetivo de passar o Brasil a limpo."
Segundo notícia publicada no G1, Romero Jucá disse que enviará um pedido de manifestação ao Ministério Público Federal, a fim de que o órgão avalie se ele cometeu algum tipo de crime em relação às conversas gravadas entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.