05/05/2016 21:25 - Saúde
05/05/2016 21:25 - Saúde
Lama vazada no rompimento da barragem de Mariana contém metais que podem causar câncer. A afirmação foi do especialista em toxicologia aquática, Adalto Bianchini, durante audiência pública nesta quinta-feira (5) da comissão externa que trata do assunto.
Bianchini explicou que a concentração de arsênio, cádmio e chumbo encontrados em algas no Rio Doce foi até dez vezes maior que as de algas em proteção ambiental. Peixes e outros animais marinhos que se alimentam desses micro-organismos também são contaminados, numa cadeia alimentar que pode chegar ao homem. Os metais no corpo podem causar câncer. O especialista afirmou que o programa de monitoramento de longo prazo, instalado pelo governo federal no ano passado, deve propor novas ações.
“Primeiro é, obviamente, a limitação do vazamento nas barragens. Eu acho que essa é a principal ação a ser feita agora. E também está sendo pensada nesse programa de monitoramento a possibilidade de desenvolver tecnologias de biorremediação. Ou seja, fazer o tratamento desse material contaminante na base do estuário. Porque em mar aberto é muito difícil em virtude da extensão da área, mas já existem uns projetos e ações que vão ser incorporados no monitoramento biológico, que devem ser incorporados para fazer a remediação do sistema.”
O deputado Evair de Melo, do PV do Espírito Santo, que comandou a reunião, avaliou bem a audiência e afirmou que unir tecnologia e sustentabilidade é uma boa solução para o caso.
“Eu sou um apaixonado e um convencido pela pesquisa, pela ciência e pela tecnologia, o que me fortalece muito nessa minha convicção, nessa defesa incondicional dos princípios da sustentabilidade a partir da ciência e tecnologia, do conhecimento produzido. Negar a ciência, negar a pesquisa é negar a educação. Talvez seja a grande agenda do Brasil.”
Mariana, a maior tragédia ambiental da história do país, ocorreu em novembro do ano passado, deixando 19 mortos. O rompimento da barragem, que atingiu diversos municípios ao longo do Rio Doce até sua foz no litoral do Espírito Santo, liberou mais de 60 milhões de metros cúbicos de lama, o suficiente para encher 24 mil piscinas olímpicas.
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