12/02/2016 16:37 - Segurança
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O carnaval chegou ao fim, mas, em muitas cidades brasileiras, a festa ainda continua. E, com ela, a oportunidade de chamar a atenção para a banalização do assédio nesta época de folia. Em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, foram mais de 460 registros de violência contra mulheres. Muitos, no entanto, nem chegaram a ser denunciados oficialmente. Mas nas redes sociais e mesmo em blocos de rua, muitas mulheres disseram não à passada de mão, ao beijo forçado, ao puxão de cabelo.
A deputada Luciana Santos, do PCdoB de pernambucano, lembra que a bancada feminina no Congresso se mobilizou no último ano por atualizações na Lei Maria da Penha (11.340/06) e pela ampliação de ferramentas de punição aos agressores. Mas ela reforça que a luta contra o machismo e a violência deve ser diária, inclusive contra atitudes consideradas erroneamente como naturais. A deputada conta como, quando foi prefeita de Olinda entre 2000 e 2008, conseguiu coibir uma prática até então vista como parte da folia.
"Aqui tinha um fenômeno no carnaval de Olinda chamado corredor do beijo, que, na verdade, era um corredor do assédio e do beijo forçado. Então, houve muita polêmica na época porque tivemos que recorrer à Secretaria de Defesa Social para, na época, o governador teve que baixar um decreto que ajustasse a conduta da Polícia Militar em situações como esta, porque não tinha previsão de como a polícia interceder em situações dessa natureza. Houve muita polêmica. A prefeita quer acabar com o beijo no carnaval, banalizando, ridicularizando, quando, na verdade, o carnaval é o carnaval do beijo, da alegria, do namoro, da paquera, mas tem que ser consentido. Fora disso, é agressão."
Luciana Santos elogia campanhas iniciadas neste carnaval, como a Apito contra o Assédio, que distribuiu apitos para mulheres na cidade de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, para que fizessem alarde quando se incomodassem com eventuais abordagens abusivas de homens.
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