17/12/2015 19:28 - Comunicação
17/12/2015 19:28 - Comunicação
Site de pirataria de filmes era financiado com publicidade, segundo a Polícia Federal. A CPI dos Crimes Cibernéticos ouviu o delegado federal Valdemar Latance Neto, responsável pela Operação Barba Negra, que prendeu os responsáveis pelo site Megafilmes HD, que pirateava filmes e séries de TV. O portal tinha quase 150 mil arquivos e 60 milhões de visitas por mês, 15% delas de outros países, principalmente Portugal e Japão. Era o maior site pirata da América Latina e, pelo caráter internacional, foi investigado pela Polícia Federal na operação deflagrada em novembro. O delegado Latance informou à CPI que um dos administradores do site, preso temporariamente, declarou à polícia ter recebido remuneração de até R$ 80 mil em um mês normal de operação do site.
"Ele falou também que recebeu verbas de publicidade da empresa UOL, e a UOL realmente confirmou que pagou quase meio milhão de reais em publicidade para esse pessoal envolvido na Operação Barba Negra. Os esclarecimentos principais agora dizem respeito ao financiamento da atividade: quem participou? Se há alguma pessoa que efetivamente participou da negociação ou se era uma forma automática de cadastrar isso no site da UOL para passar a receber dinheiro por essa publicidade. São vários esclarecimentos que estão por vir ainda nesta segunda fase da investigação, cujo sigilo é imprescindível."
Sub-relator para a área de publicidade, o deputado Sandro Alex, do PPS do Paraná, lembra denúncia feita por ele no início dos trabalhos da CPI sobre a publicidade, inclusive do governo, que financia sites criminosos. Ele fez um levantamento com os 50 maiores sites piratas no Brasil, que somaram neste ano mais de 1 bilhão de visualizações. Sandro Alex quer que a CPI proponha um termo de ajustamento de conduta para impedir essa prática.
"Nós vamos continuar essa investigação. Nós temos mais 60 dias de CPI. Nós vamos chegar realmente à denúncia que formulei, onde pedi ao governo federal que nos fornecesse cópia das autorizações de publicidade na internet realizadas, com quem, quanto foi e pra quem, porque o ministro declarou à CPI que desconhecia o fato de o governo estar anunciando em páginas criminosas, mas alguém sabia. As empresas também porque fizeram o pagamento para um provedor e esse provedor repassou a um site criminoso."
A Polícia Federal também segue investigando o caso. O delegado Latance, da Polícia Federal, disse que ainda não é possível afirmar se os financiadores do site sabiam do conteúdo criminoso. O inquérito está sob sigilo.
Use esse formulário para comunicar erros ou fazer sugestões sobre o novo portal da Câmara dos Deputados. Para qualquer outro assunto, utilize o Fale Conosco.
Sua mensagem foi enviada.