19/11/2015 20:08 - Agropecuária
19/11/2015 20:08 - Agropecuária
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural debateu, nesta quinta-feira (19), sobre a utilização do colostro animal para fins de consumo humano. O colostro é o leite de baixo volume produzido pelos mamíferos nos primeiros dias de amamentação pós-parto.
A especialista em regulação da Anvisa, Fátima Braga, relatou diversas experiências da utilização desse leite no mundo. Segundo Braga, no Canadá, por exemplo, a substância é caracterizada como alimento tipo medicinal. Na Austrália e Nova Zelândia, o colostro também é permitido. No Brasil, no entanto, o consumo humano desse líquido é proibido.
Na visão da médica veterinária da Emater do Rio Grande do Sul, Mara Helena Saafeld, o país perde com a proibição. A médica afirmou que o líquido é desperdiçado no Brasil, mas poderia alimentar muitas pessoas que hoje passam fome. Ela disse também que a legislação, da década de 50, que proíbe a utilização do colostro no Brasil é muito retrógrada.
"Essa proibição deve-se ao fato de problemas tecnológicos. Eu não posso misturar um produto que tem um ponto de pasteurização diferente. Se eu pasteurizo o colostro na mesma temperatura do leite, vai coagular. E isso deve ter causado, lá por 1940, muitos problemas tecnológicos, quando começou a pasteurizar, quando começou a se usar o leite barriga mole, que ainda temos hoje no Brasil. E deveria então, na nossa legislação, dizer isso: que não se pode misturar colostro ao leite, mas, não, que é proibido."
Ainda segundo a veterinária Helena Saafeld, o colostro pode ser usado na indústria de suplementos e de medicamentos, no tratamento de doenças gastrointestinais e como estimulantes do sistema imunológico.
O presidente da comissão, deputado Alceu Moreira, do PMDB gaúcho, disse que irá solicitar, em janeiro, reunião com órgãos competentes e especialistas para estudar mais a fundo possíveis mudanças na legislação.
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