07/10/2015 18:49 - Educação
07/10/2015 18:49 - Educação
O número de alunos beneficiados pelo Financiamento do Ensino Superior, o Fies, deve cair pela metade este ano, em comparação com o ano passado, o que preocupa as universidades particulares.
Uma pesquisa nacional feita pelo sindicato que representa as instituições privadas de São Paulo mostrou que no primeiro semestre deste ano foram assinados pouco mais de 250 mil contratos, contra quase 750 mil no ano passado.
O dado consta do Mapa do Ensino Superior no Brasil e foi apresentado em uma audiência pública da Comissão de Educação da Câmara.
O mapa é uma pesquisa nacional que reúne informações sobre matrículas, evasões, cursos a distância e presenciais em todo o país, tanto em faculdades públicas quanto nas privadas.
De acordo com o sindicato das universidades particulares, a redução de beneficiados pode comprometer uma das principais metas do Plano Nacional de Educação, o PNE.
Segundo Rodrigo Capelato, coordenador do estudo, se o financiamento não for retomado, o Brasil não vai conseguir colocar 33% dos jovens de 18 a 24 anos nas universidades até 2020, como prevê o PNE. Hoje, essa taxa é de 16,8%.
"Com esse crescimento que vinha havendo exponencial no Fies, a gente conseguiria provavelmente chegar na meta ou perto da meta em 2024. No entanto, a restrição deste ano, que derrubou para a metade o número de novos contratos, em função de restrições orçamentárias, derrubou pela metade e aí, se a gente continuar nesse ritmo novamente, a gente compromete seriamente a possibilidade de atingir as metas do Plano Nacional de Educação."
O presidente da Comissão de Educação, deputado Saraiva Felipe, do PMDB de Minas Gerais, também se disse preocupado com a redução da oferta de financiamento.
Segundo ele, a crise econômica e o ajuste fiscal podem zerar o programa no ano que vem.
"Temo que seja zerada a possibilidade de Fies no próximo ano, é um temor meu."
Diante desse quadro, o deputado Giuseppe Vecci, do PSDB de Goiás, pediu uma alternativa de financiamento aos alunos.
"Não seria o momento de nós sentarmos, as instituições de ensino superior, paralelamente a cobrar do governo uma regra mais clara, com definição de metas, simultaneamente a isso, podermos também trabalhar no sentido de criar uma alternativa de financiamento a esse potencial de alunos existente?"
As alternativas apresentadas pelo coordenador do Mapa do Ensino Superior foram duas: o uso dos recursos do FGTS para financiar a educação superior ou uma espécie de Lei Rouanet para que as próprias universidades privadas emprestem dinheiro aos alunos em troca de isenções fiscais.
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