23/04/2015 19:45 - Política
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O empresário Augusto Mendonça Neto, dono da Setal Óleo e Gás, uma das empresas acusadas de formação de cartel pela Operação Lava-Jato, disse à CPI da Petrobras que pagou mais de R$ 100 milhões de propina a três funcionários da estatal: os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque e o ex-gerente Pedro Barusco.
A propina teria sido paga pelo consórcio que a empresa dele formava com a construtora Mendes Júnior e a MPE Engenharia nos contratos de construção de duas refinarias da Petrobras.
"Essas três pessoas são as pessoas que eu sei que estavam envolvidas dentro da Petrobras"
Em mais de sete horas de depoimento, Mendonça defendeu a Petrobras. Segundo ele, o pagamento de propina se limitava a esses três dirigentes da empresa e esse dinheiro não era tirado do superfaturamento das obras, e sim do percentual de lucro das contratadas.
Ele informou ainda que a propina era paga de três maneiras diferentes: através de contratos falsos com empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, em dinheiro vivo ou por meio de doações oficiais ao PT. Mendonça afirmou que tratou disso pessoalmente com o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a partir de 2008, a pedido de Renato Duque.
"O Duque, em algumas oportunidades, me pediu que eu fizesse contribuições ao Partido dos Trabalhadores"
O empresário admitiu a existência de um cartel de empresas que se organizou para obter contratos com a Petrobras, esquema que funcionou enquanto Paulo Roberto Costa e Renato Duque eram diretores. Segundo ele, as empresas pagavam para que eles não atrapalhassem os contratos. Ele chegou a dizer que os empresários eram vítimas. Mas o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro, não concorda.
"Nesta questão da história que ele relata como o processo se iniciou, de maneira nenhuma, eles não são vítimas"
Nesta sexta-feira, membros da CPI vão a Curitiba pedir ao juiz Sérgio Moro, que preside os inquéritos da Operação Lava-Jato, o compartilhamento de documentos da investigação. Eles querem ainda marcar as datas dos depoimentos de 19 pessoas presas em Curitiba. Entre os presos que a CPI pretende ouvir estão o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o empresário Fernando Soares, apontado como operador do esquema.
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