20/04/2015 16:21 - Administração Pública
Radioagência
CPI da Petrobras ouve Augusto Mendonça Neto, da Toyo Setal, nesta quinta (23)
A CPI da Petrobras ouve nesta quinta-feira (23) o depoimento do empresário Augusto Mendonça Neto, da empresa Toyo Setal. Em depoimento de delação premiada, Mendonça disse que pagou algo entre 50 e 60 milhões de reais de propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque entre 2008 e 2011.
As empresas do grupo dele foram contratadas para realizar obras nas refinarias Presidente Vargas, no Paraná, e Paulínia, em São Paulo.
No dia seguinte, sexta-feira, uma comissão de deputados da CPI vai a Curitiba se encontrar com o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, onde correm os inquéritos da Operação Lava Jato que não envolvem políticos. Os deputados querem documentos em poder da Justiça que podem ajudar as investigações. Eles também vão combinar com o juiz como e onde serão tomados os depoimentos das 19 pessoas presas em Curitiba, acusadas de envolvimento em pagamento de propina e formação de cartel na Petrobras.
Entre os presos que a CPI pretende ouvir em Curitiba estão o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o empresário Fernando Soares, apontado como operador do esquema.
O presidente da CPI, deputado Hugo Motta, do PMDB da Paraíba, explica o que espera da conversa com o juiz Sérgio Moro.
"São sete parlamentares que estarão indo a Curitiba tratar do envio de documentos à CPI que ainda não foram compartilhados por parte do juiz federal Sérgio Moro, que são essenciais para nossa investigação. Essa ida a Curitiba, na nossa visão, quanto mais transparente ela for, melhor para termos o bom andamento dos trabalhos. Quero repetir que trabalharei para que as oitivas sejam abertas e públicas, com amplo acesso da imprensa.”
A CPI já marcou outras três viagens. Na segunda-feira da semana que vem (27), um grupo de deputados vai ao Rio de Janeiro conversar com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Nas próximas semanas, membros da comissão visitarão as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. E está prevista ainda uma viagem a Londres para ouvir o empresário Jonathan Taylor, ex-diretor da SBM Offshore, empresa acusada de pagar propinas ao ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco.
Informações obtidas pela CPI indicam que Taylor estaria disposto a colaborar com as investigações, como explica o deputado Antonio Imbassahy, do PSDB da Bahia.
"Foi feito um contato preliminar e o senhor Jonathan Taylor tem receio de vir ao Brasil. Ele não gostaria de vir ao Brasil. Ele não gostaria de comparecer ao Brasil e manda uma mensagem muito clara de que tem documentos, documentação vasta e que gostaria de entregar a membros da CPI."
Depois de Augusto Mendonça, o próximo depoimento à CPI será o do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no dia 5 de maio.