16/04/2015 20:29 - Administração Pública
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Em mais de oito horas de depoimento à CPI da Petrobras, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, admitiu que o banco teve prejuízos com empréstimos feitos a empresas investigadas na Operação Lava Jato e que, dependendo do resultado das investigações, novos investimentos podem ser revistos.
Apesar de admitir prejuízos, Coutinho, que também é presidente do Conselho Administrativo da Petrobras, defendeu a empresa. Segundo ele, casos de corrupção ocorreram fora da Petrobras e não foram detectados pelos mecanismos de controle interno.
"Eu tenho certeza em todo esse processo que a Petrobras é vítima e não protagonista dos desvios que porventura tenham ocorrido"
O presidente do BNDES foi convocado para explicar a operação de financiamento de uma empresa privada, a Sete Brasil, criada para construir sondas de perfuração para exploração do pré-sal. Segundo o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras, Pedro Barusco, o BNDES foi o principal financiador da empresa. Barusco disse ainda, em depoimento à Polícia Federal, que houve pagamento de propina pelos estaleiros contratados pela Sete Brasil para diretores da Petrobras.
Luciano Coutinho disse que o financiamento do BNDES acabou não sendo feito. Segundo ele, o dinheiro não saiu por problemas da própria Sete Brasil.
"Em dezembro de 2013 o BNDES aprovou a contratação de um primeiro lote de sondas e este recurso foi captado, foi disponibilizado e por dificuldades intrínsecas da companhia ela não pôde contratar, de forma que o contrato não aconteceu."
O presidente do BNDES foi questionado pelos deputados a respeito da denúncia de que ele teria intermediado doações de campanha de uma das empresas investigadas pela Operação Lava Jato para o PT. Ele negou a denúncia.
"É impossível vincular qualquer decisão de financiamento no BNDES a qualquer interesse específico, muito menos financiamento de campanha."
O presidente da CPI, deputado Hugo Mota, do PMDB da Paraíba, anunciou que deputados da comissão farão três viagens. Uma ao Rio de Janeiro visitar o Complexo Petroquímico do Rio, no município de Itaboraí. Outra a Curitiba, no Paraná, para pediu ao juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal, a liberação de documentos sigilosos da Operação Lava Jato para a CPI. Os deputados vão ainda a Londres ouvir o depoimento de um empresário ligado à empresa holandesa SBM Offshore, acusada de pagar propinas a diretores da Petrobras. A data ainda não está marcada.
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