13/04/2015 14:09 - Política
Radioagência
700 mil foram às ruas neste domingo; para oposição, pedido de impeachment é legítimo
Cerca de 700 mil pessoas saíram às ruas neste domingo, 12 de abril, para protestar contra a corrupção, o governo federal e o Partido dos Trabalhadores (PT), de acordo com estimativas das polícias militares dos estados. Foram registrados atos públicos em 24 estados e no Distrito Federal. Não houve registros de manifestações em Roraima e no Amapá.
Segundo o DataFolha, que realizou pesquisa em São Paulo com 1.320 pessoas, na região da Avenida Paulista, 33% dos entrevistados disseram que estavam nas ruas protestando contra a corrupção. Do total de manifestantes na Paulista, 96% avaliaram o governo da presidente Dilma Rousseff como ruim ou péssimo e 77% se disseram favoráveis ao impeachment da presidente. 83% disseram ter votado em Aécio para presidente.
Para o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado, do Acre, o fato de a manifestação ter sido menor do que a do dia 15 de março – que levou cerca de 2,4 milhões de pessoas às ruas – reflete uma tentativa do que ele chamou de "aproveitadores" de impor bandeiras como a do impeachment da presidente Dilma Rousseff e da volta da ditadura:
"Não há, no nosso entendimento, um clima para essas bandeiras. A volta da ditadura e o impeachment pelas razões mil. Não há situações que levem para isso. Acho que por falta de maior referência do movimento, de suas lideranças que nem sequer aparecem em público e de uma tentativa da oposição de se utilizar desse espaço e que tem levado a um arrefecimento [do movimento], haja vista a diferença do que foi a primeira manifestação para essa segunda, que teve cerca de um terço dos participantes."
Sibá Machado defendeu o retorno de uma pauta positiva para o Congresso Nacional e disse que pretende buscar um melhor diálogo no Colégio de Líderes para a definição da pauta de votações.
Já o vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Nilson Leitão, do Mato Grosso, acredita que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff é legítimo e não envolve uma questão jurídica, mas sim política:
"Se cerca de 70% querem o impeachment, é claro que a oposição não vai ficar discutindo a forma. A pior coisa para o Brasil é manter a Dilma na Presidência. Ela perdeu a credibilidade dos empresários e, também, das donas de casa. Ela precisa se afastar. O impeachment não é jurídico, é politico. Tem muitos itens que podem ser somados para justificá-lo."
Os protestos deste domingo foram agendados por meio das redes sociais por movimentos como o Acorda Brasil; o Brasil Livre e o Vem Pra Rua. O perfil do público é semelhante ao da manifestação anterior, de 15 de março. Foi significativo o total de pessoas com mais de 51 anos (41%). Este também foi o percentual de pessoas que disseram ganhar mais de 10 salários mínimos por mês, ou cerca de R$ 8 mil reais.