23/01/2015 20:00 - Educação
23/01/2015 20:00 - Educação
No último Enem, 500 mil participantes tiraram zero em redação.
Para o doutor em educação Remi Castioni, o baixo resultado é reflexo do grande número de pessoas que fizeram o exame, 6 milhões, e das dificuldades educacionais enfrentadas no Brasil.
"Revela em primeiro lugar uma dificuldade de leitura, o fato também de os jovens se expressarem muito mal na língua culta. O uso intensivo em tecnologia, nas redes sociais, no whatsapp faz com que muitos jovens abreviem palavras, diminuam as sentenças e na hora que lhes é requerida a expressão culta da língua portuguesa têm dificuldade em fazer isso."
Para melhorar a qualidade do Ensino Médio, a Câmara dos Deputados está analisando proposta (PL 6.840/2013) que determina que em 10 anos esta etapa da educação seja oferecida em regime integral em metade das escolas, atendendo a 25% dos alunos.
Mas, para a diretora do Centro Educacional 07 de Taguatinga, no Distrito Federal, Ana Célia Rocha, a proposta não terá efeito se não houver uma reestruturação das escolas e um aumento no número de professores.
"Não temos estrutura física, não temos estrutura de pessoal, não temos laboratório. A questão do refeitório e da alimentação também não suportariam. Então para que houvesse educação integral a nível federal no Brasil seria necessário que houvesse uma grande reestruturação no sistema de educação, contratação de novos professores, reforma das escolas, construção da sala de aula para assim termos suporte para esse fim."
O deputado Reginaldo Lopes, do PT de Minas Gerais, que foi presidente da Comissão Especial que analisou a proposta de reformulação do Ensino Médio, diz que já se avançou bastante para uma educação de qualidade.
"Agora só a mudança curricular por área do conhecimento já é um avanço. Mesmo aquela escola que vai ficar com 800 horas, mas ele fazendo por área do conhecimento é um grande avanço. E nós já criamos 500 mil bolsas do (programa do) governo federal que chama Pacto Nacional pelo Ensino Médio, o professor já está há quase um ano requalificando-se pela área do conhecimento."
Com cerca de dez milhões de matrículas, o ensino médio é o principal gargalo do sistema educacional brasileiro. A baixa atratividade dos currículos, em sua maioria generalistas e distantes da realidade social, econômica e cultural dos jovens alunos, aliada à baixa qualidade do ensino, são apontadas como as principais causas para que o ensino médio apresente altas taxas de evasão e de retenção e resultados de aprendizagem bastante preocupantes nas avaliações nacionais.
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