25/11/2014 18:48 - Ciência e Tecnologia
Radioagência
Hackathon: participantes usam tecnologia digital para combater violência contra mulher
Hackers, programadores e especialistas em assuntos relacionados a gênero começaram nesta terça-feira (25) a trabalhar nos 22 aplicativos que vão usar tecnologias digitais para traduzir dados públicos de maneira útil e acessível a qualquer pessoa.
Reunidos no Salão Branco da Câmara dos Deputados, eles participam da segunda edição do Hackathon – espécie de maratona colaborativa que desafia desenvolvedores de soluções digitais. Neste ano, os 47 participantes do Hackathon deverão criar aplicativos para ampliar a transparência de dados públicos sobre "violência contra a mulher" e sobre "políticas públicas de gênero e cidadania".
Um dos projetos de aplicativo, por exemplo, pretende fornecer informações úteis sobre a violência obstétrica, que envolve agressões físicas ou emocionais a gestantes por parte dos profissionais da área da saúde.
"O nosso objetivo é informar as mulheres sobre o que é a violência obstétrica, como se proteger dela e também incentivar o parto humanizado. Ela também vai poder participar. O aplicativo vai funcionar como uma espécie de rede social, permitindo que as próprias mulheres possam compartilhar informações e experiências com outras gestantes."
Outro aplicativo em desenvolvimento nesta semana é o Myrthes, que cria uma rede social para troca de informações entre mulheres vítimas de violência e advogados. Segundo Mônica Monteiro, que participa do grupo responsável pelo aplicativo, a ideia é que as mulheres possam tirar dúvidas e se orientar sobre o que fazer caso a caso.
"Nosso projeto é o Myrthes. A gente está pensando em fazer um aplicativo para auxiliar mulheres que precisam de alguma ajuda jurídica com profissionais da área do direito. Vai servir como uma rede social. A mulher se cadastra e o advogado também e, lá dentro do aplicativo, de acordo com a área jurídica, eles se encontrem e consigam dar andamento a um processo, tirar dúvida e trocar informações sobre os encaminhamentos de cada caso."
Coordenador do evento, Cristiano Ferri destaca que a novidade da edição deste ano é a participação de especialistas de outras áreas, como sociólogos e antropólogos, que já pensam e discutem a questão de gênero.
"Como esses jovens são especialistas em questões de gênero e dominam as mágicas da tecnologia muito bem, vão conseguir facilitar a compreensão de dados importantes utilizando aplicativos e até jogos."
O Hackthon se encerra na sexta-feira (28) e vai premiar os autores dos dois projetos vencedores com passagem e hospedagem para participar de um encontro sobre projetos de Democracia Digital na sede do Banco Mundial, em Washington, nos Estados Unidos.