Radioagência

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, nesta semana (18), arquivar o processo de abertura de investigações contra Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). O deputado foi acusado de desvio de dinheiro enquanto ocupava a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro.

O colegiado rejeitou, por 8 votos a dois, o relatório do deputado Paulo Freire (PR-SP), que defendia a abertura de investigações por quebra de decoro parlamentar. Em seguida, o colegiado aprovou o pedido formulado por Fernando Ferro (PT-PE) para arquivar o processo.

Em sua defesa, Bethlem procurou desqualificar como prova a conversa entre ele e a ex-mulher, na qual afirmava ter conta na Suíça. O deputado afirmou que a conversa aconteceu em contexto de divórcio e de problemas de saúde da ex-mulher.

"Minha mulher sofre de problemas psicológicos graves. Tentou nos últimos 3 anos, 3 vezes suicídio. A última há quatro meses, depois de se arrepender dessas denúncias sem procedência das duas revistas".

Fernando Ferro (PT-PE) defendeu o arquivamento do processo em razão da falta de provas concretas que sustentem as denúncias.

"A partir de uma denúncia que foi desmentida, não vejo sentido em abrir procedimentos para verificar a autoria, uma vez que há reconhecimento de que autora dessa denúncia desfez essa sua acusação."

Para o relator Paulo Freire (PR-SP), seria preciso dar continuidade às investigações para acabar com as dúvidas. Durante a reunião, ele afirmou que existem dois lados da história: a defesa de Bethlem e laudos técnicos que apontam para a quebra de decoro.

"Eu não entendi como é que os colegas deram esse voto. Porque eles mesmo declararam nessa reunião que existem duas versões da história. Ora, se existem duas versões da história, e existe indícios de quebra de decoro, nada melhor do que aceitar a investigação e dar a oportunidade para que o acusado se defenda."

O colegiado também fixou até 2 de dezembro o prazo para apresentação dos relatórios sobre os processos contra os deputados Afonso Florence, Rui Costa e Nelson Pellegrino, todos do PT baiano. Como Roberto Teixeira (PP-PE) estava impedido, Mauro Lopes (PMDB -MG) foi escolhido para relatar o processo contra Florence. Ronaldo Benedet (PMDB-SC) e Wladimir Costa (SD-PA) vão trabalhar nos casos de Rui Costa e Pellegrino, respectivamente.

Os requerimentos contra os deputados petistas foram feitos pelo PSDB e pelo Democratas. As legendas se basearam em denúncias de suposto desvio de dinheiro do Fundo de Combate à Pobreza no estado da Bahia