06/10/2014 17:21 - Política
06/10/2014 17:21 - Política
Com 51 deputadas eleitas, a bancada feminina da Câmara dos Deputados pouco cresceu em relação às eleições de 2010, quando 45 mulheres foram escolhidas nas urnas. Se no início da atual legislatura, elas representavam quase 9% dos 513 deputados, no início de 2015 serão quase 10%.
O índice de renovação das parlamentares foi de 56,8%. Das 51 deputadas eleitas, 29 não pertencem à atual legislatura. Com seis deputadas, o Rio de Janeiro foi o estado que mais elegeu mulheres. Na contrapartida, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Sergipe não elegeram nenhuma parlamentar. O partido que mais elegeu foi o PT, com nove deputadas.
O crescimento das mulheres em seis cadeiras não animou a coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Jô Moraes, do PCdoB mineiro:
"O resultado que se apresenta é um resultado decepcionante. É um resultado que mostra que a política de inclusão das mulheres nas instâncias de poder, nas instâncias representativas, está fadada ao fracasso, está falida."
Apesar da cota prevista em lei de 30% de candidaturas femininas nas eleições para deputados e vereadores, Jô Moraes acredita que é preciso uma reforma política que democratize a presença da mulher no Parlamento. As cotas, segundo a deputada, não geram resultado porque são feitas de última hora pelos partidos apenas para cumprir a exigência.
Para o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, assessor parlamentar do Diap, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, as cotas só terão validade efetiva quando as eleições ocorrem com base em um sistema de listas fechadas e também na alternância de gêneros.
"As mulheres que foram eleitas foram eleitas por mérito próprio, já que os partidos não lhe deram o devido espaço. No Senado, também houve uma pequena melhora. Acho que certamente haverá um apelo significativo na atual legislatura para que esse quadro se altere, até porque as mulheres hoje representam a maioria absoluta do eleitorado."
A deputada Jô Moraes adiantou que a bancada estuda outras formas de inserção, como garantir a presença de mulheres nas instâncias superiores dos partidos políticos e até lançar candidaturas avulsas para os cargos da Mesa da Câmara.
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