11/03/2014 20:40 - Política
Radioagência
PMDB anuncia posição de independência nas votações na Câmara
A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados terá posição independente do governo nas votações. A bancada também defende a convocação da executiva do partido para rever a aliança nacional com o PT nas eleições deste ano. Após reunião de mais de três horas, nesta terça-feira, a bancada peemedebista na Câmara divulgou nota de apoio ao líder Eduardo Cunha informando que ele tem sido vítima de agressões do PT, que atingiram todo o partido. O texto diz ainda que Cunha é o único interlocutor da bancada, uma clara resposta a reuniões recentemente realizadas com o Planalto sem a presença do líder do PMDB.
A bancada decidiu votar contra os interesses do governo ao apoiar a criação de comissão externa para investigar denúncias sobre a Petrobrás e ao se opor ao Marco Civil da Internet. Segundo Cunha, a cada semana, será adotada nova posição, dependendo das matérias em pauta. Cunha afirmou, entretanto, que essa posição não significa um rompimento com o PT, mas a necessidade de discutir a qualidade da aliança entre as duas legendas.
"A bancada mostrou sua insatisfação que já havia sido externada por mim várias vezes. Isso só mostra que quando eu estava realmente falando, eu não falava pela minha posição pessoal e sim pelo que a bancada estava externando e a bancada reafirma que está externando sua insatisfação com a condução do momento da aliança, não necessariamente quer dizer que isso seja uma pregação de rompimento, não é isso, até porque a bancada não é o fórum apropriado para isso"
Líderes de partidos da base aliada e do oposicionista Solidariedade também fizeram um desagravo a Eduardo Cunha, durante reunião do chamado "Blocão" , grupo informal integrado por oito legendas para pressionar o governo em votações na Câmara. Em uma demonstração de que as insatisfações da base com o Planalto continuam, o blocão apoiou a investigação da Petrobras e parte dos deputados são favoráveis a requerimentos de convite e convocação de ministros para que compareçam a audiências em comissões da Câmara.
De acordo com o líder do PTB, Jovair Arantes, porta-voz do blocão, todos os parlamentares presentes à reunião desta terça fizeram discursos em apoio ao líder do PMDB e manifestaram que, se Cunha for excluído de negociações com o Planalto, todos os parlamentares se sentirão isolados.
"Ele (Cunha) foi gratutitamente agredido de uma forma que não deve na política se fazer. Não estou querendo ditar regra pra ninguém do ponto de vista de como fazer política, mas a boa política se faz conversando, conciliando e buscando resolver as questões. É assim que se faz no mundo inteiro, no Brasil não é diferente"
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que se reuniu nesta semana com a presidente Dilma Roussef sem a presença de Cunha, também saiu em defesa do líder de seu partido.
"Impossível se isolar o líder de uma bancada de 76 deputados federais. Pode haver dificuldades, muitas vezes estremecimento, mas faz parte do jogo político. Mas, agora, isolar, o líder do PMDB, isso não passa pela cabeça do PMDB"
A bancada do PMDB reafirmou ainda a decisão de não indicar nomes para cargos no governo e anunciou que pode apoiar alguns dos pedidos de convite e convocação na pauta das comissões, como o do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para falar sobre o programa Mais Médicos; e o da presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster.
Da Rádio Câmara de Brasília, Geórgia Moraes