Radioagência

Representantes de autoescolas de várias partes do país estiveram, nesta terça-feira, com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, pedindo ajuda para revogar a resolução do Contran, Conselho Nacional de Trânsito, que obriga as autoescolas a oferecerem algumas aulas com simuladores de direção. A resolução entra em vigor no ano que vem.

Rodolfo Stuckert / Câmara dos Deputados

Alves vai analisar documentos apresentados pelas autoescolas

Segundo Belchior Queiroz, presidente do Sindicato de Autoescolas de Goiás, o Contran quer que cada aluno tenha pelo menos 5 aulas nos simuladores. Mas ele considera que o novo equipamento aumentará os custos sem trazer benefícios:

"Tecnicamente, o seu filho hoje teria mais facilidade para manusear do que eu. É uma brincadeira de criança."

Queiroz disse que o custo de obtenção da carteira aumentará de R$ 300 a R$ 500 com o uso do simuladores.

Para o deputado Marcelo Almeida, do PMDB do Paraná, que acompanhou o grupo na audiência, o governo está atacando os problemas com o remédio errado:

"A gente precisa falar a realidade. As crianças de 12 a 18 anos hoje, o que eles precisam é de maturidade. Qualquer criança mexe com simulador, qualquer criança mexe com Ipad, com Iphone, com Playstation. Não adianta dizer que simulador vai salvar vida. O que salva vida é fiscalização. O que salva vida é fiscalização em quem bebe e mata."

Marcelo Almeida pretende apresentar um projeto de decreto legislativo para sustar a resolução do Contran; mas está confiando agora na pressão da Câmara e do Senado sobre o governo. O presidente Henrique Eduardo Alves disse que vai analisar os documentos apresentados pelo grupo.

Em nota, o Contran disse que a decisão de usar os simuladores na formação de novos motoristas é "irrevogável" e que a mudança já foi adiada uma vez. Pesquisa feita nos Estados Unidos e citada pelo Departamento Nacional de Trânsito afirma que o uso do simulador pode reduzir pela metade o número de acidentes nos 24 primeiros meses após a aprovação da habilitação.