18/09/2013 17:47 - Esportes
Radioagência
Confederações elogiam programas do governo de incentivo ao atletismo
Os dirigentes das confederações brasileiras de atletismo e de judô elogiaram, nesta terça-feira, os programas do governo federal para a formação e a descoberta de novos talentos esportivos, em audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto.
Dentre as alternativas de financiamento público de esportistas, eles ressaltaram o bolsa-atleta, maior fonte de patrocínio individual de atletas do mundo. O programa garante renda mensal de R$ 370 a R$ 3,1 mil a competidores de alto rendimento que se destacam em modalidades olímpicas e paraolímpicas. Neste ano, o programa vai distribuir R$ 180 milhões para mais de 5 mil atletas.
O coordenador técnico nacional da Confederação Brasileira de Judô, Robnelson Ferreira, afirmou que os recursos federais estão aumentando a presença de atletas de outros estados nas competições.
"Se você hoje vê uma seleção de sub-21 com atletas do Norte e do Nordeste. Só isso, creio eu, já é um bom parâmetro para dizer que a democratização desse investimento possibilitou uma coisa que, no passado, era impossível: os atletas eram iminentemente de São Paulo e do Rio de Janeiro. Setenta por cento vinham de São Paulo e 30% do Rio, ou 70% de São Paulo, 20% do Rio e 10% de outros estados."
O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, José Antônio Fernandes, chamou a atenção para a importância de se investir no esporte desde a fase escolar. Até os Jogos Olímpicos de 2016, a Confederação Brasileira de Atletismo espera desenvolver ações junto a 3 milhões de alunos em todo o País por meio do programa do governo federal Atleta na Escola. Para José Antônio Fernandes, o currículo de educação física nas escolas está ultrapassado e não tem contribuído para a revelação de novos atletas.
"Então, não há um desenvolvimento do lado prático das modalidades esportivas nas escolas. Então, você não fixa uma oportunidade, uma vontade dela de poder desenvolver - qualquer que seja a modalidade - na escola. Primeiro: muitas não têm espaço físico condizente. Esse é um fator, mas, mesmo sem espaço físico, você pode adaptar, fazendo incentivos às crianças, fazendo brincadeiras e uma série de coisas para ensinar como praticar esporte."
Já o deputado que sugeriu o debate, Renato Andrade, do PP de Minas Gerais, questionou se os programas de incentivo ao esporte do governo federal realmente vão garantir que o Brasil tenha um desempenho melhor nas próximas olimpíadas.
"Para quem está organizando uma olimpíada, para quem está preparando uma olimpíada, acho que nós nos esquecemos de preparar nossos atletas, de dar espaço a novos atletas e à descoberta de novos talentos. O investimentos nesse sentido, na minha opinião, foram muito pouco."
No início deste mês, a Comissão de Turismo e Desporto aprovou dois projetos de lei de incentivo ao esporte. O primeiro (PL 5036/13) aumenta de 1% para 4% o percentual de dedução do imposto de renda para as empresas patrocinadoras de projetos esportivos, e o segundo (PL 1516/11) amplia os recursos para atividades esportivas desenvolvidas na educação básica da rede pública de ensino.