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Momento O Eco: especialistas criticam postura do governo na Cúpula do Clima

29/09/2014 - 10h56

  • Momento O Eco: especialistas criticam postura do governo na Cúpula do Clima

Na semana passada, durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o Brasil não assinará o acordo que prevê a redução do desmatamento pela metade até 2020 e a zero até 2030. Em suas palavras, a presidente justificou a posição brasileira dizendo: “o Brasil não faz promessas, apresenta resultados”.

Dilma lembrou que o Brasil reduziu o desmatamento da Amazônia em 80% na última década. E defendeu o direito dos países em desenvolvimento buscarem o mesmo crescimento econômico que os países ricos promoveram para melhorar os padrões de vida de suas populações, sem levar em conta as emissões de carbono. Por fim, a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, alegou que o Brasil não foi consultado sobre o acordo de redução do desmatamento.

O Eco ouviu três ambientalistas sobre a posição do Brasil na cúpula. Sérgio Abranches, cientista político e um atento analista das negociações climáticas internacionais; Mario Mantovani, gestor de políticas públicas da SOS Mata Atlântica; e Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. Para eles, a participação brasileira marcou um retrocesso na nossa política ambiental e a perda de oportunidade para exercer uma liderança global na luta contra as mudanças climática.

Abranches acusou o governo Dilma de não ter compromisso ambiental. Segundo ele, apesar dos progressos, continuamos a ser o maior desmatador do mundo e, através de suas grandes obras na Amazônia, o próprio governo incentiva o desmatamento.

Mario Mantovani chamou a postura brasileira de “tiro no pé” e retrocesso absurdo. Segundo ele voltamos ao discurso dos anos 70, de defender que os países pobres tenham o direito de se desenvolver mesmo à custa do meio ambiente.

Para Carlos Rittl, do Observatório do Clima, a nossa posição é incompreensível, pois o próprio Brasil já se comprometeu, no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, a reduzir a zero o desmatamento líquido até 2015. Se fez isso internamente, qual seria o problema de assinar um acordo global, que coloca um prazo mais longo do que o nosso, para alcançar a mesma meta?

Leia mais na reportagem de Daniele Bragança, em “O Eco”.

Apresentação – Eduardo Pergurier

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