Debatedores pedem mais acessibilidade em projetos turísticos
17/12/2015 - 19:04
Projetos turísticos lucram mais se forem pensados para também atender aos cidadãos com deficiência ou mobilidade reduzida. A afirmação foi feita na quarta-feira (16) pelo coordenador-geral de acessibilidade da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Rodrigo Machado, em audiência pública da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados.
Segundo Machado, em 2010, mais de 23% dos brasileiros declararam ter algum tipo deficiência - no mundo, informou ele, o número chega a um bilhão de pessoas. “Outro motivo para que se projete pensando em acessibilidade é em virtude dos idosos e dos obesos, que também sofre com problemas de mobilidade”, acrescentou.
A agente de turismo Maria de Fatima Estephan trabalha há oito anos nesse ramo e ressaltou que a adaptação da infraestrutura para atender esse público representa uma oportunidade para os empresários. “É preciso lembrar que, normalmente, pessoas com dificuldade de locomoção não viajam sozinhas. Trata-se de um grande mercado a ser explorado”, frisou.
Conforme Maria de Fatima, o transporte é o principal problema enfrentado por turistas com deficiência. “Às vezes, o indivíduo chega ao aeroporto e não tem sequer como ir ao hotel. Tenho um parceiro em São Paulo que, após adaptar a frota dele, triplicou o faturamento em um ano”, relatou.
Políticas públicas
O presidente da Comissão de Turismo, deputado Alex Manente (PPS-SP), destacou a necessidade de políticas públicas para o setor. “Apesar de avanços recentes, o poder público ainda fica muito aquém do que é preciso para fazer acessibilidade."
O Ministério do Turismo lançou, no ano passado, um guia colaborativo por meio do qual é possível avaliar, consultar e sugerir a acessibilidade de pontos turísticos, hotéis, restaurantes e outras atrações. A iniciativa também está disponível em formato de aplicativo para smartphones.
Reportagem – Ana Gabriela Braz
Edição – Marcelo Oliveira