Cidades e transportes

Relator diz que ampliação do horário de metrôs pode prejudicar manutenção de linhas

Proposta em análise na Câmara dos Deputados prevê funcionamento ininterrupto dos metrôs em fins de semana. Objetivo é dar alternativas para que cidadãos possam voltar para as suas casas à noite sem o uso de automóveis

13/12/2016 - 18:56  

Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o PL 5122/13, que dispõe sobre o funcionamento do transporte público. Dep. Vanderlei Macris (PSDB-SP)
Vanderlei Macris: há necessidade de levar em conta a questão de manutenção e de segurança dos passageiros

O relator do projeto de lei (PL 5122/13) que amplia o horário de funcionamento de ônibus e metrôs nas grandes cidades, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), disse que, no caso dos metrôs e trens, os representantes do setor o convenceram de que não é possível a alteração sem prejuízo das atividades de manutenção das linhas.

O projeto, apresentado pelo deputado Ricardo Izar (PP-SP), foi discutido nesta terça-feira (13) na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Pelo texto, os metrôs e trens de regiões metropolitanas teriam que funcionar ininterruptamente nos fins de semana, com intervalo não superior a 30 minutos entre as partidas, de zero hora às 4 horas da manhã. Durante a semana, continuaria o desligamento na madrugada para manutenção.

O representante da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, Joubert Flores Filho, disse que apenas os metrôs de Nova York e de Londres funcionam sem parar nos fins de semana. Segundo ele, isso acontece porque esses sistemas de metrô têm mais capilaridade e podem parar uma linha, deixando outra ativa. Joubert também argumentou que a demanda baixa não justificaria a alteração dos horários.

Segurança e manutenção
O deputado Vanderlei Macris disse que a preocupação é com a segurança do passageiro. "Há uma necessidade de levar em conta a questão de manutenção, de segurança dos passageiros. Um transporte como o de São Paulo, com 4 ou 5 milhões de pessoas por dia, não pode correr o risco de ter manutenção mal feita ou deixar de ter manutenção", declarou.

A audiência não tratou de outro aspecto do projeto, a obrigatoriedade do funcionamento dos ônibus por 24 horas nas cidades com mais de 300 mil habitantes. Para o deputado Ricardo Izar, a aprovação da Lei Seca tornou urgente dar uma alternativa para que cidadãos possam voltar para as suas casas à noite sem o uso de automóveis.

A proposta será analisada pelas comissões de Viação e Transportes; de Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Pierre Triboli

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