Cidades e transportes

Ministro dos Transportes destaca plano de investimentos e ouve demandas de deputados

13/08/2015 - 16:56  

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Exposição do Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues
Rodrigues: Serão R$ 152 bilhões apenas para rodovias e ferrovias, o que representa 77% dos investimentos.

O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, apresentou nesta quinta-feira (13), em comissão geral na Câmara dos Deputados, um diagnóstico dos investimentos já realizados e previstos para rodovias, ferrovias e hidrovias do País.

Rodrigues disse que o ministério tem buscado criar condições para investimentos privados que permitam ampliar as exportações, reduzir custos logísticos e aumentar a integração com a América do Sul.

O ministro destacou o Programa de Investimento em Logística (PIL), que prevê investimentos de R$ 198,4 bilhões no setor de transportes entre 2015 e 2018. “Serão R$ 152 bilhões apenas para rodovias e ferrovias, o que representa 77% dos investimentos dessa fase do PIL”, disse.

O PIL prevê R$ 66,1 bilhões para rodovias; R$ 86,4 bilhões para ferrovias; R$ 37,4 bilhões para portos; e R$ 8,5 bilhões para aeroportos.

Rodovias
Segundo Rodrigues, o governo vai dar continuidade às concessões de rodovias, com cinco leilões previstos para este ano e outros 11 para 2016. “O Brasil tem hoje 10 mil quilômetros de rodovias concedidas. O PIL aumenta esse numero em 70% [17.000 km]”, destacou o ministro, citando um dos primeiros leilões realizados neste ano: para concessão da Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro. “E vamos leiloar mais 2.600 quilômetros em outros estados.”

De acordo com Rodrigues, o PIL vai melhorar também as concessões já existentes, com R$ 15 bilhões apenas para duplicações e construções de faixas marginais. Atualmente, a malha rodoviária brasileira soma 220 mil quilômetros de vias pavimentadas.

Ferrovias
Em relação às ferrovias, Rodrigues afirmou que o País conta hoje com 12 concessionarias que já operam 28,2 mil quilômetros de trilhos. “Até 2018, devem ser construídos mais de 3,3 mil quilômetros de ferrovias”, disse Rodrigues.

O deputado Bebeto (PSB-BA) ponderou que a situação atual do País requer a revisão de alguns investimentos, mas criticou a redução do orçamento previsto para este ano para a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, responsável pela malha ferroviária do País.

Hidrovias
Rodrigues também comentou o grande potencial brasileiro para o uso de hidrovias, e destacou investimentos previstos também no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Estamos garantindo a manutenção de 6 mil quilômetros de rios navegáveis de norte a sul do Brasil”, disse. Rodrigues citou ainda o uso de recursos do Fundo da Marinha Mercante, principal fonte de financiamento para construção naval. “Existem 292 projetos em andamento financiados pelo fundo.”

Durante a comissão geral, vários deputados destacaram o esforço do ministro para manter investimentos em infraestrutura mesmo diante do cenário de ajuste de contas públicas.

Investimentos
O deputado José Carlos Bacelar (PR-BA) defendeu o avanço do processo de concessões para estimular investimentos privados, mas disse que o País precisa ter cuidado para não entregar o patrimônio nacional a empresas estrangeiras. “Nesse momento de grande dificuldade, não podemos entregar nosso patrimônio para empresas de fora por meio de concessões. Precisamos garantir que nosso patrimônio fique aqui, com empresas brasileiras”, sustentou.

Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS) fez uma defesa dos governos Lula e Dilma, rebatendo críticas quanto ao total de investimentos no setor. “[Quando] assumimos a presidência da Republica, 80% das rodovias eram intrafegáveis. O orçamento total do ministério era R$ 2,5 bilhões. Hoje chegamos perto de R$ 24 bilhões”, disse Fontana ressaltando que muitas rodovias passaram a ser melhoradas e duplicadas. “Adversários do governo dizem que não fazemos nada mais do que nossa obrigação, mas muitos sabem que não foi fácil tirar a duplicação da BR 101 do papel e concluí-la”, completou.

Reportagem - Murilo Souza
Edição – Regina Céli Assumpção

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