Cidades e transportes

Especialistas reclamam de baixo número de horas de aula para motorista

24/09/2013 - 20:30  

Antônio Araujo / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre a formação do condutor de veículo automotor, o papel dos Centros de Formação de Condutores sob a ótica do Código de Trânsito Brasileiro e a responsabilidade dos entes públicos do Sistema Nacional de Trânsito. Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino para Condutores de Veículos Motorizados do Estado do Rio de Janeiro (Sindaerj), João Pinto Ribeiro
João Ribeiro: hoje as autoescolas ficam sujeitas ao descredenciamnto, se 60% dos alunos não obtiverem sucesso no exame.

O presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho, classificou de "adestramento" a formação do condutor de veículos no Brasil. Para Ramalho, as 20 horas de aulas práticas atualmente exigidas para o exame de habilitação não são suficientes.

O especialista participou de audiência pública da Comissão de Viação e Transportes que discutiu a formação de condutores nesta terça-feira (24) na Câmara dos Deputados.

O presidente do Sindicato dos estabelecimentos de Ensino para Condutores de Veículos Motorizados do Estado do Rio de Janeiro, João Pinto Ribeiro, também concorda que apenas 20 horas de aulas práticas são insuficientes para formar um bom motorista.

Ele reclamou do índice de aprovação exigido das autoescolas. Hoje, elas ficam sujeitas ao descredenciamnto, se 60% dos alunos não obtiverem sucesso no exame.

Formação de instrutores
Já o presidente do Sindicato dos Instrutores e Empregados em Autoescolas de Aprendizagem do Rio de Janeiro, Adalto Medeiros, reclamou que a formação de instrutores precisa mais do que as atuais 180 horas/aula exigidas. "Existem cursos de 18 dias, com 10 horas de aulas em um único dia. É um absurdo", disse.

Medeiros destacou ainda que, em seu estado, há casos de instrutores que ministram aulas teóricas sem, ao menos, saberem dirigir. "É preciso mais compromisso com a sociedade. Deveria ser exigido habilitação na categoria D para se fazer o curso de instrutor", defendeu.

Fiscalização
O vice-presidente da Associação Nacional dos Detrans, Marcos Elias Traad da Silva, afirmou que os altos índices de acidentes de trânsito no País são responsabilidade tanto de agentes públicos como também dos cidadãos. A solução, segundo ele, passa pelo foco nas ações.

O dirigente cobrou do governo federal a autonomia administrativa e financeira do Denatran, que, a seu ver, terá condições de garantir a fiscalização e dar apoio aos avanços no processo de formação de condutores.

Reportagem - Idhelene Macedo
Edição – Regina Céli Assumpção

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