Cidades e transportes

Para opositores, Anac inviabilizou integração regional

14/04/2010 - 15:42  

Deputados e convidados da audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Urbano contrários à decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de permitir a retomada de voos nacionais no aeroporto da Pampulha consideram que a agência comprometeu os planos de integração regional desenvolvidos por Minas Gerais.

O subsecretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Luiz Antônio Athayde, afirmou que a nova regra contraria a prioridade dada pelo governo ao desenvolvimento da região do Aeroporto de Tancredo Neves, em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte. Além da construção de uma malha viária, o governo investiu na construção do centro administrativo do estado nas proximidades de Confins, a fim de desenvolver a região.

Atahyde apontou ainda a existência de cerca de 130 inconformidades que vedam o uso do aeroporto de Pampulha para pousos e decolagens de aviões de grande porte. Segundo ele, o aeroporto, construído na década de 30, não tem condições de ser ampliado. Além disso, argumentou, os voos nacionais prejudicariam as linhas com destino às pequenas cidades mineiras. Ele destacou ainda que o estado teve esforço logístico para, ao longo dos últimos dois anos, transferir as linhas nacionais para o aeroporto de Confins, mantendo apenas os regionais na Pampulha.

O subsecretário do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Célio Alberto de Lima, também criticou a decisão da Anac. Ele ressaltou que a estrutura existente desde 2007 favorecia a expansão industrial da região de Confins, e que a mudança criou um impasse para uma situação que já estava resolvida.

"A Anac tomou uma decisão que não acompanha as preocupações com o desenvolvimento econômico", afirmou o autor do requerimento da audiência pública, deputado João Bittar (DEM-MG).

Já o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) classificou como "inconcebível" a possibilidade de trazer o tráfico de Pampulha para Confins. Na avaliação dele, não há embasamento político na decisão. Para o deputado Miguel Martini (PHS-MG), a Anac errou ao decidir liberar a tráfego aéreo na Pampulha sem estar em sintonia com órgãos de governo.

Reportagem - Rachel Librelon
Edição - Carol Siqueira

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