Trabalho, Previdência e Assistência

Redução de direitos trabalhistas não gera empregos, diz pesquisadora da Unicamp

14/03/2017 - 16:22  

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A desembargadora Magda Barros Biavaschi, pós-doutora em Economia do Trabalho e pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), argumentou que não está na redução de direitos  o caminho para conquistar competitividade e aumentar a oferta de postos de trabalho.

Ela criticou, por exemplo, a tentativa de trazer a terceirização “ampla e irrestrita” para a reforma trabalhista por meio de emendas.

Segundo a desembargadora, a reforma trabalhista vai precarizar o mercado de trabalho. “Reduz ainda mais os salários com danos à economia brasileira”, afirmou ela, lembrando que os trabalhadores terceirizados chegam a receber metade que um trabalhador não terceirizado na mesma função.

O caminho para gerar empregos, de acordo com Magda Biavaschi, é a dinamização da economia. A pesquisadora citou o exemplo do Chile como país que adotou medidas semelhantes e teve queda do poder de compra e enfraquecimento dos sindicatos, sem aumento de emprego.

“Na Argentina, a diminuição dos impostos na folha de pagamento não significou aumento de empregos. Houve ainda aumento da pobreza e da indigência”, relatou. No México, também citado por Biavaschi, houve retrocessos.

Ela denunciou o que chamou de desmonte do Estado e perda da capacidade do mesmo para gerir políticas públicas. “O objetivo dessa e de outras reformas do governo Temer é desconstruir o Estado”, afirmou a desembargadora, que crticou também a emenda do teto dos gastos públicos e a reforma da Previdência.

Magda Biavaschi lamentou ainda ser a única mulher na mesa do debate, o que, para ela, "mostra o acirramento das desigualdades de gênero".

Ela participa, com outros convidados, de audiência pública da Comissão Especial da Reforma Trabalhista, no plenário 1.

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Reportagem - Georgia Moraes
Edição - Rosalva Nunes

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