Segurança

Especialistas dizem que integração das polícias garantirá segurança nas Olimpíadas

29/03/2016 - 22:08   •   Atualizado em 29/03/2016 - 22:14

Antonio Araújo/Câmara dos Deputados
Seminário sobre Segurança Cibernética para as Olimpíadas Rio 2016
CPI dos Crimes Cibernéticos debateu segurança durante os jogos olímpicos Rio 2016

Especialistas em segurança afirmaram nesta terça-feira (29) que a chave para o sucesso da segurança nas Olimpíadas será a integração das polícias. A segurança cibernética dos jogos olímpicos Rio 2016 foi assunto de seminário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos.

A comissão tem se preocupado com esse assunto por causa de atentados praticados pelo grupo terrorista Estado Islâmico recentemente na Bélgica e também na França, no ano passado. O receio é de que esses grupos pratiquem atos no Brasil durante os jogos.

Para o deputado Silas Freire (PR-PI), que sugeriu a audiência, é preciso se manter alerta. "As Olimpíadas representam diversos riscos de segurança. Eu cito os protestos – contra o governo brasileiro, contra entidades de organização – principalmente pela computação. Já há informação de que terroristas mundiais poderiam estar tentando captar brasileiros, jovens brasileiros, para não só ataques cibernéticos como também ataques físicos", declarou.

Planos de prevenção
O representante do Ministério da Justiça no seminário, William Murad, afirmou que será importante criar parcerias com entidades de segurança estrangeira. Ele é diretor de Inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos e disse que o ministério já está coordenando uma série de planos de prevenção de crimes.

"Vem sendo finalizado um plano operacional e seus protocolos de ação integrada em relação ao policiamento ostensivo, policiamento de portos e aeroportos, policiamento das instalações olímpicas, policiamento de áreas impactadas como regiões turísticas, principalmente da cidade do Rio de Janeiro. O plano prevê o detalhamento de cada uma dessas atividades", disse Murad.

Lei Antiterrorismo
Na opinião do delegado da diretoria executiva da Polícia Federal, Elmiz Junior, a lei que tipifica o crime de terrorismo (Lei 13.260/16), sancionada em março, facilita as operações durante os jogos olímpicos.

"Uma mochila esquecida em um saguão do aeroporto, que pode ser nada, de uma hora para outra ela pode, após investigação policial, ser caracterizada como uma bomba, um terrorismo. E o inverso também: uma possível mochila no embarque de uma seleção, que causa grande preocupação, após investigação, pode ser só uma mochila esquecida. Então, essa lei nos traz a capacidade de investigar de maneira concreta, utilizando todas as medidas que a autoridade policial tem para poder caracterizar uma investigação como é a de crime organizado, para caracterizar se é terrorismo ou não", disse o delegado.

A CPI dos Crimes Cibernéticos volta a se reunir nesta quinta-feira (31), às 10 horas, para debater diretos da mulher na internet e para apresentação do relatório pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC). O seminário desta terça-feira foi realizado a partir de sugestão dos deputados Silas Freire e Delegado Éder Mauro (PSD-PA).

Reportagem – Ana Gabriela Braz
Edição – Pierre Triboli

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