Segurança

Para associação, PF não tem como garantir segurança na Copa do Mundo

Ministério da Justiça diz que segurança do evento contará com a integração de todas as polícias.

22/11/2012 - 16:49  

A presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal, Leilane Ribeiro de Oliveira, disse que não há servidores suficientes para garantir a segurança da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo de 2014. Segundo ela, não há como garantir a segurança nem mesmo de um encontro religioso previsto para o ano que vem no Rio de Janeiro (Jornada Mundial da Juventude). Leilane participou, nesta quinta-feira (22), de audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

"Nos Jogos Pan-Americanos [de 2007], nós tivemos sorte", disse a sindicalista. Ela informou que, nessa competição, cerca de 300 servidores foram deslocados de todo o País para o Rio.

Segundo Leilane, é preocupante o fato de nenhuma das categorias da PF estar satisfeita atualmente, nem delegados, peritos, servidores administrativos, escrivães, agentes ou papiloscopistas. "O que acontece hoje é desvio de funções e terceirização da atividade policial. Terceirizados são contratados como recepcionistas e desviados da função, inclusive exercendo atividade policial. O governo diz que prioriza as fronteiras, mas até policiais da área de fronteira foram deslocados para serviços administrativos em Brasília", declarou.

Leilane disse também que a falta de definição das atribuições dos servidores da PF existe há décadas e que o problema precisa ser resolvido com urgência.

Ministério contesta crítica
A Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça entrou em contato com a Agência Câmara e informou que o governo tem se preparado para garantir a segurança dos megaeventos esportivos. De acordo com a nota enviada, a segurança da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014 contará com todas as forças policiais do Brasil - federais (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança) e Forças Armadas; e estaduais (Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros), além da Defesa Civil e agências reguladoras.

A assessoria ressalta ainda que a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge), criada no âmbito do Ministério da Justiça há mais de um ano para coordenar as ações de segurança que envolvem as esferas federal, estadual e municipal, elaborou um planejamento estratégico a fim de garantir o sucesso da empreitada. Esse planejamento tem por eixos fundamentais “a integração entre as polícias, criando padrões de atendimento, modernização tecnológica e a capacitação dos servidores (policiais, bombeiros, profissionais de segurança de todo o Brasil)”.

A Sesge, continua a nota, tem realizado “sistemáticos treinamentos” para agentes policiais e gestores de segurança dos estados-sede, além de cursos de gestão de crise e trocas de experiências com países que receberam grandes competições como Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

* Matéria atualizada às 17h32.

Reportagem – Wilson Silveira
Edição – Marcelo Oliveira

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