Segurança

Deputado pede prioridade para investimentos na indústria nacional de defesa

15/02/2012 - 14:47  

O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) afirmou nesta quarta-feira (15) que é necessário garantir recursos de forma contínua para os projetos de defesa nacional. Durante debate do Seminário Estratégia Nacional de Defesa, promovido na Câmara, o deputado disse que o setor é estratégico e deve ser prioritário para o País.

“Estamos diante de uma oportunidade histórica de afirmação da soberania nacional, que se dá também pela afirmação da capacidade de produzir o conhecimento”, disse o deputado, em relação ao desenvolvimento da indústria nacional de defesa.

MP aprovada
Na opinião do diretor de Desenvolvimento de Negócios na Odebrecht Engenharia Industrial, Manoel Antonio Nogueira, a aprovação ontem da MP 544/11 foi o passo inicial para a reestruturação da defesa nacional.

Assim como Jardim, Nogueira destacou a importância de formar pessoal e manter os investimentos no setor, que se baseia em projetos de longo prazo. “O desenvolvimento tecnológico é fundamental para o desenvolvimento industrial. Ele gera soberania e desenvolvimento nacional”, disse.

Segundo Nogueira, ações desejáveis de defesa nacional também incluem a aproximação da indústria com os centros de pesquisa e a academia. Ele citou, ainda, a necessidade de desenvolvimento de projetos com viabilidade militar e potencial de mercado que possam ser usados em âmbito civil e com coordenação em nível internacional, especialmente na América do Sul. “Lógico que não queremos ser como os Estados Unidos, mas temos preponderância na nossa área geopolítica e isso tem que ser assegurado.”

Segundo o vice-presidente-executivo para o mercado de defesa da Embraer, Luiz Carlos Aguiar, a capacidade de o Brasil fabricar produtos de defesa – como o avião KC-390, da própria Embraer – ditará os rumos do País no mercado externo. Ele lembrou que os investimentos na área de tecnologia se traduzem em empregos altamente qualificados e bem remunerados.

Financiamento
No seminário, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, destacou que, atualmente, 70% dos investimentos da instituição dizem respeito a áreas prioritárias do Plano Brasil Maior, que prevê ações de política industrial, tecnológica e de comércio exterior. Em 2011, a financiadora contratou R$ 2,9 bilhões, valor 74,5% maior que o de 2010, somente em crédito para as empresas e a indústria de defesa.

Arbix lembrou, no entanto, que não há lugar no orçamento da Finep para projetos estruturantes, como o Sistema de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron) ou o satélite geoestacionário. "O único instrumento capaz de dar subvenção econômica no Brasil é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), mas ele é contingenciado."

Na avaliação de Arbix, são necessárias outras fontes de arrecadação para projetos estruturantes. Ele disse que uma dessas fontes poderia ser o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Temos que trabalhar para ter, dentro do Orçamento, um pedaço para as prioridades de governo na defesa nacional. Caso contrário, não vamos andar."

A Finep é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O Seminário Estratégia Nacional de Defesa está sendo promovido pela Frente Parlamentar de Defesa Nacional, no auditório Nereu Ramos.

Continue acompanhando a cobertura deste evento.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Pierre Triboli

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