Saúde

Participantes de seminário pedem mais pesquisa e troca de informações sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica

21/06/2018 - 10:39  

Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Seminário: Dia Nacional de Luta contra a ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica
Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência discutiu ações de combate à Esclerose Lateral Amiotrófica

Entre os principais pontos para melhorar a qualidade de vida das pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), participantes de seminário realizado na Câmara nesta quarta-feira (20) destacaram a necessidade de mais investimentos em pesquisa, de ampla divulgação de informações e de haver mais diálogo entre as várias associações de apoio aos doentes e entre os centros de pesquisa.

Estima-se que de 15 a 20 mil brasileiros tenham ELA. É uma doença neurológica que causa paralisia progressiva em praticamente todos os músculos, comprometendo o movimento dos membros, a fala, a deglutição e, até mesmo, a respiração. O principal sintoma é a fraqueza, acompanhada de endurecimento dos músculos, inicialmente num dos lados do corpo, e atrofia muscular. Outros sintomas são cãibras, tremor muscular, espasmos e perda da sensibilidade.

O diagnóstico da doença é difícil, e muitas vezes é feito por exclusão. O desconhecimento sobre a doença também prejudica o diagnóstico e o tratamento.

Como a doença ainda não tem cura ou um tratamento que interrompa a sua evolução, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que propôs o seminário, destacou a importância da pesquisa para garantir a qualidade de vida dos pacientes com ELA, assim como a ampla divulgação de informação para pacientes, familiares e profissionais da saúde.

"Pensando no todo, acho que o mais importante é a informação, para trazer luz e foco em cima de uma doença que temos muito a fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas. E, principalmente, trazer essa discussão aqui para o Congresso”, disse a deputada. “Tem muita coisa no entorno da vida de uma pessoa que tem ELA que pode ser melhorada, como a acessibilidade a equipamento, medicamento, cuidadores. Então, tem uma complexidade de temas envolvidos para a gente conseguir melhorar a vida das pessoas", acrescentou.

Processo colaborativo
O representante do Movimento em Defesa dos Direitos da Pessoa com ELA (Movela) Cezar Xavier acredita que é necessário padronizar uma conduta para beneficiar os pacientes.

"Infelizmente, os centros de pesquisa não têm um processo colaborativo entre eles. Mas é preciso haver um melhor entendimento e uma coordenação que seja benéfica para os pacientes. Se pudéssemos ter um time jogando mais harmonicamente, tanto em pesquisa como nas associações, os nossos resultados seriam muito melhores", ressaltou Xavier.

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Também foi destacada durante os debates a necessidade de investimentos em tratamentos não invasivos, treinamento e capacitação de médicos e profissionais da saúde.

Outra questão debatida foi a pesquisa com células tronco e a seleção de embriões que não possuam o marcador para a doença. Enquanto alguns pesquisadores afirmam que essa pode ser uma alternativa para garantir o tratamento da doença e evitar novos casos, outros participantes do seminário alertaram para a necessidade de serem seguidos critérios éticos e de disciplinar o uso de embriões em pesquisas.

Dia nacional
O seminário foi promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência por ocasião da semana em que se comemora o Dia Nacional de Luta contra a Esclerose Lateral Amiotrófica, celebrado anualmente em 21 de junho, como prevê a Lei 13.471/17.

Reportagem - Mônica Thaty
Edição - Marcia Becker

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