Saúde

Especialistas defendem campanhas de conscientização sobre o câncer de fígado

O CHC não apresenta sintomas nos estágios iniciais; no Brasil, já é o quinto tipo de câncer mais comum em homens e o sétimo em mulheres

23/05/2018 - 20:33  

Diagnóstico precoce, campanhas de conscientização e acesso a tratamento rápido e de qualidade em todo o País. Esses foram os principais pontos destacados em audiência pública conjunta realizada pelas comissões de Legislação Participativa e de Seguridade Social e Família para debater o carcinoma hepatocelular, conhecido como CHC.

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o Carcinoma Hepatocelular – CHC
Audiência debate crescimento do CHC, causado por obesidade, diabetes tipo 2 e consumo excessivo de álcool

O CHC é um tumor agressivo no fígado e não apresenta sintomas nos estágios iniciais. Os principais fatores de risco são infecções provocadas pelos vírus das hepatites B e C, cirrose relacionada ao consumo excessivo de álcool e o acúmulo de gordura no fígado.

A deputada Flávia Morais (PDT-GO) destacou que tem crescido o número de casos, principalmente por causa da obesidade, diabetes tipo 2 e pelo aumento do consumo excessivo de álcool.

A parlamentar ressalta a necessidade do diagnóstico da doença ainda no início. "Por ser uma doença silenciosa, assim como seus fatores de risco, o diagnóstico de CHC é tardio e, em muitos casos, o tratamento apresenta resultados limitados”, disse ela.

No Brasil, o carcinoma hepatocelular já é o quinto tipo de câncer mais comum em homens e o sétimo em mulheres, além de ser um com os maiores índices de mortalidade. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Paulo Bittencourt, 62% dos diagnósticos já são realizados em estágio avançado, o que não permite o tratamento.

O coordenador-geral de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Sandro José Martins, relatou os esforços do Sistema Único de Saúde para tentar garantir o diagnóstico e tratamento do câncer hepático e para garantir que o padrão de atendimento aos pacientes do SUS seja o mesmo em todo o país.

"O tratamento do câncer no SUS é pensado para ser oferecido à sociedade de maneira integral e integrado. Integral, no sentido que se deseja que todas as modalidades disponíveis de diagnóstico e tratamento sejam ofertados de maneira tempestiva, às pessoas doentes. E integrado porque sabidamente não é possível imaginar que só um centro possa oferecer e deva oferecer todas as modalidades necessárias para o tratamento das neoplasias", afirmou.

Reportagem - Mônica Thaty
Edição – Wilson Silveira

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