Saúde

Distribuição desigual de equipamentos na área de radiologia é criticada em comissão especial

23/08/2017 - 15:35  

Tony Winston/Agência Brasília
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A dificuldade de incorporação de novos procedimentos em exames foi apontada durante o debate

O presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia, Manoel de Souza Rocha, disse nesta terça-feira (22), na Câmara, que no Brasil existe uma distribuição desigual, por regiões, dos exames feitos por meio de imagens. Segundo ele, há também dificuldades de incorporação de novos procedimentos.

Souza Rocha participou de audiência pública da Comissão Especial de Inovação Tecnológica da Saúde, que debateu as novidades na área de radiologia e equipamentos de exames de imagem.

“É necessário montar centros de diagnósticos, compras de equipamentos, compra de insumos e ter um RH especializado. Isso significa acréscimo de custo. Por outro lado, com essas inovações, há a possibilidade de diagnóstico precoce, tratamento mais preciso e menor tempo de internação. E isso significa redução de custos”, afirmou.

Souza Rocha disse que não pode haver competição entre tecnologia e médico: a boa prática médica incorpora a tecnologia para que se faça um atendimento melhor e mais humanizado.

Diagnóstico
O deputado Juscelino Filho (DEM-MA), presidente da comissão e autor do requerimento para o debate, ressaltou que os sistemas de tecnologia estão ajudando a população a ter um melhor e mais rápido diagnóstico.
Porém, o deputado concordou que a distribuição desigual dos equipamentos é um ponto que deve ser muito discutido. “A distribuição desigual dos equipamentos é um problema. Quando se mora no interior, a população tem mais dificuldade de acesso, às vezes até a uma simples radiografia, que não necessita de tanta tecnologia”, disse.

O representante da Country Head Brazil Siemens Healthineers na debate, Armando Correa Lopes Junior, disse que mais de 70% das decisões médicas passam por soluções de diagnóstico, seja na área de imagem ou de análise clínica. Para ele, a tecnologia não traz custos. “Ela é um investimento. E um investimento bem feito traz retorno, benefícios e redução de custos na área da saúde”, afirmou.

Financiamento
Segundo Lopes Junior, a questão de financiamento ainda é um desafio. “A Agência Especial de Financiamento Industrial [Finame] ainda é a principal fonte de financiamento. Porém, vem perdendo espaço para linhas não subsidiadas, pois a diferença entre o custo do Finame e custo médio do mercado é cada vez menor”, disse.

O médico e deputado estadual de Minas Gerais Arlen Santiago (PTB) criticou a impossibilidade de não se importarem aparelhos usados de outros países. “É proibido, em nosso país, a importação de aparelhos usados para tratamento de câncer. Aparelhos de até quatro anos de uso, que poderiam dar uma solução de mais baixo custo e que ainda possui alto avanço tecnológico”, lamentou.

Reportagem – Alex Akira
Edição – Sandra Crespo

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