Deputada defende política nacional para tratar doenças reumáticas

03/12/2014 - 00:09  

A deputada Erica Kokay (PT-DF) defendeu nesta terça-feira (2) uma política nacional para tratar das doenças reumáticas. A Comissão de Legislação Participativa discutiu com especialistas as políticas públicas de atenção às pessoas com doenças reumáticas.

A deputada Erika Kokay, que solicitou o debate, ressalta que pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Previdência Social apontam que as doenças reumáticas representam a segunda maior causa das faltas ao trabalho no Brasil e de solicitação de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de reumatismo. Artrite, Gota e Osteoporose são apenas algumas das mais de 120 doenças que atingem principalmente as articulações do corpo humano.

''Nós estamos trabalhando para implementar uma política nacional para as pessoas com doenças reumáticas, que vão representar ou vão se expressar em várias medidas de atenção na área de saúde, na criação de centros de referência, onde se possa ter acesso a outras políticas, como de capacitação profissional. Para que as pessoas possam, inclusive, ter espaço para falar da sua dor'', assinalou Kokay.

No debate solicitado pela Associação Brasiliense de Pacientes com Reumatismo (Abrapar), a deputada também destacou que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), as doenças reumáticas atingem 10% da população mundial e cerca de 20 milhões de brasileiros, com manifestações em pessoas de qualquer idade. São mais de 200 patologias associadas, que afetam ossos, articulações, músculos (incluindo coração, pulmões e rins, entre outros órgãos) e cartilagens.

Diagnóstico e especialistas
A pedagoga Maria das Graças Maia, de 52 anos, sofre com os sintomas do reumatismo há mais de 18 anos, mas somente há quatro foi diagnosticada com Artrite e Fibromialgia. "Além de deformidades do meu corpo, em parte dos dedos das mãos e dos pés, trouxe várias outras complicações devido a problemas psicológicos. Por você se olhar e se sentir incapaz. A tua autoestima... Uma série de coisas, inclusive a depressão. Ai veio a fibromialgia. Sem falar nos efeitos colaterias provocados pelas medicações."

Segundo o médico reumatologista do Hospital de Base de Brasília Dr. Luis Piva Junior faltam mais especialistas para ajudar no diagnóstico e tratamento da doença. ''O número de reumatologistas ainda é pequeno para o tamanho da população. Há a necessidade de capacitação dos profissionais de atenção básica. Faltam centros de saúde, para que eles possam encaminhar uma boa parte dos pacientes, inclusive os mais graves para tratamento de doenças mais severas.''

Vale ressaltar que não há idade específica para adquirir alguma doença reumática. Recém-nascidos, jovens ou idosos, qualquer um pode ter algum tipo de reumatismo, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem fazer essas pessoas terem uma vida sem muitas limitações.

Reportagem - Pedro Campos/ RCA