Brasil enfrenta alto custo de tratamento para hepatite C
03/04/2014 - 14:21
O alto preço dos medicamentos para hepatite C foi um dos problemas apontados por especialistas na audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, nesta quinta-feira (3), que discutiu formas de assegurar acesso a remédios a custos acessíveis.
De acordo com a consultora independente Eloan Pinheiro, a produção nacional dos genéricos para Aids colocou o Brasil na liderança do combate aos altos preços dos medicamentos. Porém, agora o País tem um novo desafio com a hepatite C. Segundo ela, após a Aids, o mundo vive uma nova pandemia com a hepatite C, que já infectou 185 milhões de pessoas. “Só no Brasil são 3 milhões de pessoas infectadas, sendo só 11 mil pessoas tratadas”, disse.
Ela afirmou que o tratamento atual no Brasil custa 6 mil dólares, mas em outros locais, como Egito, o valor é de 2 mil dólares. “Isso porque o governo do Egito decidiu produzir localmente os medicamentos”, explicou. “Por que não abrir no Brasil também a possibilidade de medicamentos genéricos para a hepatite C, como ocorreu com a Aids?”, questionou.
O vice-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jorge Bermudez, citou novos medicamentos para hepatite C colocados à venda por 80 mil dólares (valor total do tratamento).
O presidente executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, Henrique Uchio Tada, disse que o setor também luta para quebrar o monopólio de produtores de determinados medicamentos. “Quando se aumenta a concorrência, se força o preço para baixo”, explicou. “Medicamentos que custavam R$ 200 caem para R$ 30 quando mais laboratórios produzem”, completou.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein