Saúde

Brasil reduz mortalidade infantil, mas enfrenta desafio da mortalidade materna

País consegue atingir, cinco anos antes, objetivo do milênio da ONU de reduzir em até 75% a mortalidade infantil até 2015, mas está longe do objetivo no caso da mortalidade materna. Deputado João Ananias lembra que outros países também enfrentam dificuldades para atingir as metas da ONU.

04/12/2013 - 15:43  

O Brasil conseguiu atingir, cinco anos antes da meta, o objetivo, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, de reduzir em 75%, até 2015, a mortalidade infantil. Porém, o País enfrenta dificuldades para atingir o mesmo objetivo no caso da mortalidade materna. A meta de redução em 75% das mortalidades infantil e materna consta entre os oito Objetivos do Milênio, firmados em 2000 pela ONU, como as ações necessárias para garantir o desenvolvimento.

Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
As comissões de Seguridade Social e Família (CSSF) e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) realizam seminário com parlamentares da América Latina e Caribe para debater a saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil. Representante do Ministério da Saúde, Elvécio Miranda
Helvécio Magalhães: redução da mortalidade materna depende de diversos fatores.

O assunto foi discutido no 1º seminário de parlamentares da América Latina e Caribe para debater a saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil, promovido nesta quarta-feira (4) pelas comissões de Seguridade Social e Família, e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

O deputado João Ananias (PCdoB-CE), presidente da subcomissão especial destinada a tratar do fortalecimento da informação e prestação de contas sobre a saúde das mulheres e das crianças, ressaltou que outros países da América Latina e do Caribe que também enfrentam dificuldades para atingir as metas estabelecidas pela ONU. “Precisamos agir de forma integrada”, disse o deputado, que solicitou a realização do seminário.

O secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, destacou que o Brasil já reduziu a mortalidade materna, desde a década de 90, em cerca de 50%. Porém, teria de mais que dobrar a velocidade de redução do índice nos próximos dois anos para atingir o objetivo estabelecido pela ONU.

Ele informa que, para buscar a redução da mortalidade materna, o governo brasileiro implantou o programa Rede Cegonha, que prevê o acompanhamento da gestante desde a concepção até o nascimento, incluindo a programação da maternidade onde o bebê nascerá. Para o secretário, no entanto, a redução desse índice envolve uma série de fatores, como educação, direito à informação, a existência de maternidades seguras, além da garantia de direitos reprodutivos.

Mortalidade infantil
No caso da mortalidade infantil, Helvécio atribuiu o sucesso da redução do índice a um conjunto de fatores: aos programas Saúde da Família e Bolsa Família; ao programa público de vacina, que é o maior do mundo, segundo ele; à melhoria do salário mínimo, ao controle da desnutrição e aos programas de estímulo ao aleitamento infantil.

Segundo relatório da ONU, em 1990, a taxa de mortalidade infantil no Brasil era de 62 mortes por mil nascidos vivos. Em uma geração, o País reduziu a mortalidade infantil em mais de 3/4, para 14 mortes por mil nascidos vivos. “Agora vamos focar em cidades e populações específicas, como as comunidades indígenas”, explicou Helvécio.

Reportagem – Lara Haje
Edição - Natalia Doederlein

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.