Saúde

Grupo promoverá seminários onde mortalidade infantil e materna é grave

21/05/2013 - 14:38  

A Subcomissão de Prestação de Contas da Saúde, ligada à Comissão de Seguridade Social da Câmara deve realizar seminários nos estados e municípios onde o problema da mortalidade materna e infantil é mais grave. Dados do Ministério da Saúde indicam que a mortalidade materna caiu de 141 por cem mil nascidos vivos em 1990 para 64 em 2011; mas ainda está longe da meta de 35 fixada pela Organização Mundial de Saúde para 2015.

Nesta terça-feira (21), em audiência da subcomissão sobre o assunto, o coordenador da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Juan José Escalante, disse que as causas principais das mortes são hipertensão, hemorragia e infecção.

O coordenador da Saúde da Criança, Paulo Bonilha, disse que a taxa de mortalidade infantil está em torno de 15 por 100 mil nascidos vivos; mas afirmou que o número poderia ser menor se houvesse uma atenção maior ao parto natural. “A morte neonatal está muito ligada à prática obstétrica no Brasil. Está ligada a este tratamento muitas vezes desqualificado, desumanizado e excessivamente medicalizado com essa epidemia de cesáreas absurda que a gente enfrenta”, afirmou.

Uma das soluções que o governo, segundo Bonilha, tem dado para reduzir o número de cesáreas é incentivar a formação de enfermeiras obstetras.

Envolvimento
O presidente da subcomissão, deputado João Ananias (PCdoB-CE), disse que vai tentar envolver as assembleias legislativas na atenção ao problema durante os seminários que serão realizados nos estados. “Fundamental esta questão da mortalidade materna e eu acho que tem que se transformar numa causa da sociedade. Como é que podemos conviver com isso em pleno século 21? Então eu acho que o controle social cabe muito bem nesta tarefa”, avaliou.

Outro problema relatado pelos participantes foi a falta de médicos e de leitos neonatais. Segundo o Ministério da Saúde, o estado do Amazonas tem metade dos leitos neonatais necessários para atender a população.

Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição - Rachel Librelon

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