Saúde

Debatedores defendem envelhecimento saudável da população

27/02/2013 - 19:47  

Arquivo/ Alexandra Martins
Vitor Paulo
Vitor Paulo: à medida que envelhece, maiores são as chances de uma pessoa ter doença crônica.

A coordenadora da área técnica de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira (27) que o principal desafio desse setor é permitir o envelhecimento saudável dos brasileiros. Ela participou do seminário “Ações no Campo do Cuidado em Saúde do Idoso com Ênfase na Alimentação Saudável”, realizado pela Frente Parlamentar em Defesa do Idoso.

Hoffmann ressaltou que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, em 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. Atualmente, os cidadãos maiores de 60 anos já representam 12% da população brasileira – 23,5 milhões de pessoas.

O coordenador da frente, deputado Vitor Paulo (PRB-RJ), alertou que o aumento do número de idosos torna a saúde desse público um importante foco de atenção para o Poder Público e as organizações da sociedade civil. Ele lembrou que à medida que a pessoa envelhece, maiores são as chances de desenvolver uma doença crônica.

De acordo com Hoffmann, 60% dos idosos apresentam pelo menos uma doença desse tipo. O principal problema é a hipertensão, que atinge 53% deles. Em seguida, vêm artrite, doenças cardíacas, diabetes e depressão.

A coordenadora sustentou que promover o envelhecimento com saúde depende da adoção de um “modelo de atenção integral e que integre as diferentes políticas públicas”. E um dos principais aspectos da prevenção, apontou, diz respeito à alimentação.

Alimentação
A consultora técnica da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição, também do Ministério da Saúde, Ana Carolina Feldenheimer destacou especificidades do idoso quanto se trata da alimentação. Ela lembrou que, além de incentivar que essa população consuma alimentos saudáveis, a família deve observar aspectos como perda de apetite, que pode ser causada por depressão e outras doenças ou até pela dificuldade de mastigar.

Com o envelhecimento, conforme destacou Ana Carolina, o indivíduo também pode perder parte do paladar. “Por isso, ele pode optar por alimentos industrializados, como salgadinhos, porque têm mais sabor. A família, então, tem de ficar atenta e melhorar o tempero da comida feita em casa, por exemplo”, observou.

Resgate cultural
Os mais velhos também podem ajudar as novas gerações a adotar uma alimentação mais saudável, destacou a consultora do ministério. Ela ressaltou que, nos últimos anos, a população brasileira está trocando seus hábitos tradicionais, baseados em comida caseira, por alimentos prontos. Com isso, cresceram o sobrepeso e a obesidade. “Os avós têm a missão cultural de ajudar os mais jovens a comer melhor, de resgatar essa comida saudável e gostosa”, disse.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Marcelo Oliveira

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