Relações exteriores

Deputado critica e ministro defende aquisição de aviões de caça da Suécia

Valor final da aquisição dos aviões será de 5,4 bilhões de dólares.

09/12/2014 - 20:02  

Antonio Araújo / Câmara dos Deputados
Audiência pública das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) e de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) para esclarecer aspectos relacionados à assinatura do contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 caças Gripen NG, fabricados pela companhia sueca SAAB; e as condições em que se processou a compra dos mísseis
Custo final da compra dos aviões suecos será de 5,4 bilhões de dólares.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu a aquisição pelo Brasil de 36 aviões de caça Gripen, de fabricação sueca, em audiência realizada nesta terça-feira (9) pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados; e de Fiscalização Financeira e Controle.

Deputados integrantes do colegiado manifestaram preocupação com os custos da aeronave e com o fato de a Suíça ter desistido de adquirir este modelo, o que lança incertezas sobre o cumprimento da parceria com o Brasil.

De acordo com Amorim, os valores foram atualizados porque as propostas eram antigas e a própria Força Aérea Brasileira (FAB) requisitou adaptações no projeto. Segundo ele, “os valores da proposta eram de 2009, e o contrato só foi assinado em 2014”. Ele afirmou que o Brasil deve receber o primeiro avião em 2019 e, até 2025, terá seu esquadrão completo.

Mais caro
O Brasil assinou um contrato 900 milhões de dólares mais caro que os valores anunciados quando o Programa FX-2 foi concluído. De acordo com o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), o custo aumentou de 4,5 bilhões de dólares para 5,4 bilhões de dólares.

Arquivo/ Leonardo Prado
Vanderlei Macris
Macris questionou se este seria o momento adequado para fazer uma compra tão cara.

“Houve, por parte do governo, tentativa de explicação com a mudança de projeto, mas evidentemente, vamos analisar mais profundamente as respostas do ministro porque ficou sem uma explicação adequada esse aumento nos custos”, disse Macris.

Segundo o parlamentar, o ministro não soube responder a pergunta que ele lhe foi feita sobre as condições econômicas do País para os próximos anos, com a perspectiva de cortes pesados para poder adequar o Orçamento à realidade que o País vive.

“O ministro afirmou que negociou com a equipe econômica que está saindo, não com a próxima”, criticou o deputado, que reconheceu que equipar as forças armadas é importante, mas questionou se este seria o momento adequado.

Parceria
O ministro destacou a importância da parceria para o desenvolvimento da indústria nacional. Do total de 36 caças, 13 serão construídos na Suécia com supervisão de engenheiros brasileiros. Também na Suécia, oito aviões serão construídos por brasileiros com supervisão sueca, e os restantes 15 caças, no Brasil.

De acordo com Celso Amorim, mais de 100 engenheiros brasileiros participam do projeto. Ele disse ainda que não haverá “caixa-preta” em relação ao projeto com o Brasil e à transferência tecnológica.

A audiência foi requerida pelos deputados Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), Emanuel Fernandes (PSDB-SP), Rubens Bueno (PPS-PR), Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Eduardo Barbosa (PSDB-MG), presidente do colegiado. Além do ministro, participaram o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e o presidente da Comissão Coordenadora Aeronave de Combate, brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso.

Da Redação - NA
Com informações da Comissão de Relações Exteriores da Câmara

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