Política e Administração Pública

Pauta municipalista é a aposta do Pros para 2018

23/02/2018 - 12:04  

Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
Felipe Bornier
Bornier: “O que a gente vê é o governo dando sugestões de temas que não são do interesse da sociedade”

Uma pauta de atenção aos municípios é a proposta do Pros para este ano legislativo na Câmara dos Deputados. “Ali é onde vive o cidadão, onde estão as pessoas de bem que esperam do Poder Executivo, do Poder Legislativo uma resposta à altura para fazer as coisas acontecerem”, afirma o novo líder do partido, deputado Felipe Bornier (RJ).

O parlamentar se compromete a trabalhar pautas de interesse da sociedade nas áreas de segurança pública, saúde e educação, por exemplo. A ideia é priorizar propostas de autoria dos deputados, e não do governo. “O Congresso tem que apresentar a pauta”, resume.

Felipe Bornier assumiu a liderança do Pros no início de fevereiro, no lugar de Eros Biondini (MG). Bornier está em seu terceiro mandato e já foi segundo secretário da Mesa Diretora.

Leia abaixo a entrevista concedida pelo novo líder à Agência Câmara.

Quais as prioridades da bancada neste ano?
A bancada tem uma pauta relacionada à ajuda federal aos municípios brasileiros, que enfrentam grandes dificuldades. Estamos apresentando pautas na segurança pública, na saúde, na educação, na habitação, no cuidado na primeira infância. Trazemos como prioridade também a questão da reforma tributária, um novo pacto federativo, a descentralização das receitas da União. Tem também a questão da segurança pública. É um tema problemático em todo o Brasil, do interior até as metrópoles, vem causando prejuízo principalmente para as novas gerações.

Temos que ter a consciência de que o Brasil, se não investir na educação, não vai ter um futuro digno. A pauta da sustentabilidade também é um dos temas da nossa orientação partidária.

Queremos pautar a Casa, ocupar a tribuna, ocupar as comissões, dar uma alternativa. No momento que a gente vive, com uma crise política e uma crise econômica, a gente tem que saber investir e debater. O Congresso é o local para isso. A sociedade tem que participar, tem que estar aqui dentro. A gente precisa colocar mais transparência no Congresso Nacional.

Qual a expectativa com relação à pauta da Câmara, considerando que existe uma eleição no segundo semestre?
Eu acho que o Congresso tem que apresentar a pauta. Na semana que passou, a gente só discutiu, além da intervenção [no Rio de Janeiro], medidas provisórias. Eu não gosto de vir para Brasília discutir projetos do Executivo. Eu sou um dos deputados com maior número de proposições aqui dentro desta Casa. Eu gostaria de ter [na pauta] projetos de minha autoria e também da bancada e de tantos outros deputados que têm visão municipalista e que poderiam fazer o diferencial neste momento. Votar primeiramente projetos de deputados já seria um grande ganho.

Segundo, a questão da segurança pública. Tem que ser um debate enfrentando com força, com firmeza, porque isso não está acontecendo ainda. Precisamos enfrentar o crime organizado, se organizar juntamente com o governo, com a bancada. Se a gente não vencer esta guerra neste ano, quem vai perder é o futuro.

E a pauta econômica, o senhor tem alguma ideia do que pode ser aprovado neste ano ainda?
Vamos propor uma nova reforma tributária, um pacto federativo. Somos contra a criação de impostos. A carga tributária brasileira já é muito excessiva. O cidadão não aguenta mais. A gente precisa, sim, enxugar a máquina pública, fazer o melhor planejamento estratégico a curto e a longo prazo. Mas não esquecendo, primeiramente, de olhar os estados e os municípios brasileiros. Ali é onde vive o cidadão, onde estão as pessoas de bem que esperam do Poder Executivo, do Poder Legislativo uma resposta à altura para fazer as coisas acontecerem.

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Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Natalia Doederlein

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