Política e Administração Pública

Ex-presidente do BNDES nega conhecimento de propinas em empréstimos do grupo J&F

03/10/2017 - 16:50   •   Atualizado em 03/10/2017 - 17:38

O economista Luciano Coutinho, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), negou em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS ter recebido dos ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega qualquer pedido de favorecimento ao grupo J&F ou ter sido informado a respeito de pagamentos de propina baseados em aportes da BNDES-par – a empresa de participações acionárias do banco.

“Tive pouquíssimos contatos com Palocci e jamais tratei com ele sobre qualquer contribuição política ou assunto vinculado a qualquer projeto do banco. E nunca recebi nenhum pedido indevido do ministro Guido”, disse.

Um dos sub-relatores da CPMI, deputado Delegado Francischini (SD-PR), leu trechos de auditorias do Tribunal de Contas da União que apontam aprovação em tempo recorde, de menos de um mês, para operações complexas, como as aquisições de empresas estrangeiras pelo grupo J&F.

“Estes prazos não são condizem com a realidade. O que aconteceu é que as negociações eram feitas sigilosamente durante meses, para não afetar os preços de ações nas bolsas de valores, e só eram registrados quando estava tudo certo, uma maneira de evitar vazamentos e acusações de manipulação do mercado”, disse Coutinho.

O ex-presidente do BNDES está sendo ouvido pela CPMI desde as 12h. Ele disse que as decisões relativas a concessões de empréstimos ou participações em empresas eram decididas do ponto de vista técnico, em órgãos colegiados pelo menos 50 técnicos. Segundo ele, a BNDES-Par teve lucro nas operações com o grupo J&F.

A reunião já foi encerrada.

Confira como foi a audiência pública no canal oficial da Câmara dos Deputados no Youtube

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Ralph Machado

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