Para líder oposicionista, relatório de CPI acirra conflitos no campo
Carlos Zarattini (PT-SP) critica casos recentes, como o assassinato de nove trabalhadores rurais no Mato Grosso e o ataque a índios gamela no Maranhão
09/05/2017 - 17:59
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), criticou o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Funai 2 e também o acirramento dos conflitos agrários no País. Segundo Zarattini, o relatório aumenta a radicalização dos conflitos.
“O relatório da CPI é um verdadeiro abuso. Além de falar mal de toda política indigenista, histórica no Brasil, e de toda política de reforma agrária, decide indiciar índios, lideranças sindicais, funcionários da Funai e do Incra, procuradores do Ministério Público Federal, padres e bispos”, continuou. “A bancada do PT vai fazer de tudo para que não seja aprovado.”
Zarattini afirmou que recentes conflitos no campo, como o assassinato de nove trabalhadores rurais no Mato Grosso e o ataque a índios gamela no Maranhão, são de responsabilidade de ruralistas mais radicais. “Resolveram desencadear violência de todos os tipos contra trabalhadores, índios e quilombolas”, criticou.
Trabalho frágil
O relator da CPI, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), defendeu o parecer e afirmou que há muita fragilidade nos trabalhos da Funai e do Incra.
“Essa fragilidade causa acima de tudo um prejuízo enorme do objetivo do Incra em assentar e um prejuízo da Funai em demarcar, porque a corrupção acaba aparecendo em várias situações desde o início da desapropriação da área até o momento de assentar os seus clientes”, disse.
“Vários atores, por razões ideológicas, motivados por desejos ideológicos, acabam entrando no meio dessa bagunça e dessa fragilidade”, afirmou Leitão, que disse esperar a aprovação do parecer. Segundo o relator, o objetivo é gerar discussão sobre o tema.
Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Ralph Machado