Política e Administração Pública

Líder do Pros quer debate amplo sobre reforma da Previdência

07/02/2017 - 20:57  

Leonardo Prado/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre os aspectos relacionados à microcefalia e o surto de zika no Brasil, e as políticas públicas relacionadas ao tema. Dep. Eros Biondini (PROS-MG)
Eros Biondini: é preciso cuidar para que uma reforma dessa magnitude não venha prejudicar aqueles que são mais vulneráveis

O novo líder do Pros, deputado Eros Biondini (MG), apoia a urgência da reforma da Previdência, mas disse que a discussão com a sociedade deve ser ampliada pelo Congresso, sob o risco de prejudicar direitos adquiridos e pessoas mais vulneráveis. A sigla conta com cinco parlamentares na Câmara dos Deputados.

Ao se referir à reforma política, Biondini disse que mais importante é “trabalhar para que a conduta política recupere a credibilidade diante da opinião pública”. Ele reforçou o papel da operação Lava Jato em “separar o joio do trigo” no ambiente político.

Biondini tem 46 anos e está em seu segundo mandato. Antes de se filiar ao Pros, em 2016, ele integrou o PTB e o PHS. O deputado é um dos autores da proposta (PL 4754/16) que inclui como crime de responsabilidade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a usurpação de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo.

Leia abaixo a entrevista concedida pelo líder:

Quais as prioridades legislativas do partido para 2017?
Consideramos um ano vital para a retomada do crescimento, o País precisa voltar a gerar empregos. Isso tem de ser o norte de todo o parlamentar e, na nossa bancada, não será diferente. Temos um grande desafio que é dar estabilidade aos trabalhos da Casa e contribuir para a estabilidade política do País. Com isso, daremos nossa contribuição para o crescimento da economia que vai impactar em todas as áreas de crise.

Como avalia a pauta de votações proposta pelo Executivo, sobretudo a reforma da Previdência?
Nós temos matérias importantes a serem debatidas, não tem como fugir de pautas que são de reformas, porém temos de ouvir mais do que nunca a população, temos de ecoar cada vez mais o pensamento do povo brasileiro aqui na Casa. A reforma da Previdência, por exemplo, deveria ser um tema que partisse do Poder Legislativo, que partisse de uma discussão aqui na Casa. Nesse debate, nós temos de zelar pela preservação dos direitos daqueles que são os mais afetados e dos que já adquiriram o direito de aposentadoria. Olhando com carinho os pensionistas e os aposentados e cuidando para que uma reforma dessa magnitude não venha prejudicar aqueles que são mais vulneráveis.

Como o senhor avalia as polêmicas em torno das reformas trabalhista e tributária?
O partido tem como bandeira essa questão da defesa do trabalhador, do aumento das vagas de emprego, da geração de renda. O aumento da carga tributária é uma luta constante do Pros, que combate a elevação da carga tributária frente ao Produto Interno Bruto (PIB). Queremos discutir essas matérias sempre em benefício da população.

Quais projetos que tramitam na Câmara o partido vai priorizar neste ano?
Além do que já vem sendo discutido, que são matérias que deságuam na retomada do crescimento econômico. Temos uma pauta proativa sobre meio ambiente, energia limpa. Queremos discutir esse assunto porque impacta as outras políticas e agora, mais do que nunca, devemos ter essa visão porque o Brasil é um dos países com maior potencial em energia renovável, que está sendo pouco explorado e, até mesmo, prejudicado pela má conduta de agentes políticos.

O senhor acredita que a reforma política pode avançar no contexto da crise política e da operação Lava Jato?
Antes da reforma política, temos de trabalhar para que a conduta política recupere a credibilidade diante da opinião pública, então é muito importante a operação Lava Jato, é muito importante separarmos o joio do trigo, é muito importante nós, representantes do povo, reconquistarmos sua confiança. Quando o povo retoma a credibilidade em relação ao Parlamento, então automaticamente se devolve a dignidade do político e, aí sim, podemos avançar para uma pauta de reforma política e reforma eleitoral. Mas, o mais urgente é darmos seguimento à operação Lava Jato e permitir que todas as investigações cheguem a um fim para que possamos depurar esse ambiente político, que precisa ser transparente e valorizado devido a sua conduta e postura.

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Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Pierre Triboli

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