Deputadas criticam fusão de ministério da Ciência e Tecnologia com Comunicações

15/06/2016 - 11:41   •   Atualizado em 15/06/2016 - 11:58

Deputados da oposição e manifestantes presentes à audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática que discute a fusão dos ministérios da Ciência, Tecnolocia e Inovação com o das Comunicações, criticaram a medida e o governo do presidente interino Michel Temer.

O debate conta com a presença do ministro Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – pasta criada a partir da fusão dos ministérios. Na audiência, manifestantes exibiam cartazes com os dizeres “Volta, querida” e “Fora Temer, e leve o Kassab junto”.

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) foi aplaudida e causou um princípio de tumulto que obrigou a intervenção do presidente da comissão, Alexandre Leite (DEM-SP), quando criticou Temer e Kassab.

“Acredito que o que aconteceu no país foi um golpe e por isso não reconheço o senhor Gilberto Kassab como ministro”, disse a deputada, que criticou a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A medida também foi criticada pela deputada Luciana Santos (PCdoB-PE). “É um retrocesso sem precedentes para a área de ciência e tecnologia no país. É uma das mais infelizes medidas do interino Temer”, disse.

Kassab defendeu a fusão das duas pastas. Ele alegou que a medida é necessária para diminuir a máquina pública e não vai acarretar prejuízos para a área de pesquisa e inovação.

Representantes de entidades do setor também criticaram a medida. O secretário-executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Gustavo Balduíno, questionou a redução da estrutura do antigo ministério. “Qual a finalidade administrativa da medida? Em que ela se baseou? Que critérios foram usados para reduzir as quatro secretarias do ministério para apenas duas?”, perguntou.

Manifestações
Diante das manifestações contra o ministro, o presidente da comissão, Alexandre Leite (DEM-SP), depois de cobrado pelo deputado Sandro Alex (PSD-PR), pediu que a segurança a Câmara retirasse da audiência servidores da Câmara que exibiam cartazes.

Sandro Alex, do mesmo partido de Kassab, leu o ato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, que, no início de abril, proibiu manifestações "de apreço ou desapreço" nas dependências da Casa.

As deputadas Moema Gramacho (PT-BA) e Luiza Erundina (Psol-SP) classificaram a medida de “antidemocrática”.

A audiência pública ocorre no Plenário 13.

Mais informações a seguir.

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Mônica Thaty