Política e Administração Pública

Pedido de licença do ministro Romero Jucá repercute entre líderes partidários

23/05/2016 - 23:00  

Líderes partidários manifestaram-se nesta segunda-feira (23) sobre o pedido de licença do ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciado após a divulgação de gravações de conversas entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que revelariam um acordo para frear as investigações da Operação Lava Jato.

O líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), afirmou que a saída do ministro é uma oportunidade para que ele se defenda das acusações, fora do governo. Segundo o deputado, a rapidez na tomada dessa decisão demonstra a diferença entre o atual governo e o governo anterior.

"Eu entendo que essa gravação era uma coisa que iria trazer uma crise desnecessária. Iria trazer foco para uma questão que iria atropelar aquilo que nós estamos comprometidos em fazer, que é a retomada do processo de reconstrução do nosso país", disse Avelino.

Já o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), disse que as gravações são comprometedoras e mostram uma clara manobra para desarticular a Lava Jato. "É muito grave, e o senador [Jucá] obviamente tem direito de defesa, mas a situação dele, a de Michel Temer [presidente da República interino] e desse governo golpista derreteu o governo. Ele não tem o voto popular, a agenda dele é só tirar direitos e agora está público que foi uma conspiração com o objetivo também de obstruir as investigações sobre corrupção no Brasil", declarou.

Apoio à Lava Jato
O líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), acredita que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado tenha feito outras gravações que também devem ser tornadas públicas em benefício da sociedade.

"É bom que tudo isso seja revelado. Nada deve ficar escondido, porque a Lava Jato é uma operação que não tem ninguém no mundo que possa segurá-la, é uma conquista do povo brasileiro e tem a maioria esmagadora de aprovação da população”, disse Imbassahy. “Nós, do PSDB, no momento em que fomos apoiar integralmente o governo Michel Temer, colocamos a continuidade da Operação Lava Jato como primeiro item de nossa carta de princípios e valores."

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), defendeu o afastamento do governo de todos os envolvidos na Operação Lava Jato. Para ele, a saída do ministro do Planejamento é correta porque retira a crise do governo federal.

"É insustentável um ministro de Estado ficar no cargo com acusação da Operação Lava Jato, hoje aplaudida por milhões de brasileiros. Ninguém consegue, de forma alguma, ficar de pé num cargo de governo com denúncias da Lava Jato. Até porque ali tem o Ministério Público, a Receita Federal, a Polícia Federal, a Justiça Federal, todos trabalhando com o mesmo objetivo de passar o Brasil a limpo", afirmou Bueno.

Segundo notícia publicada no portal G1, Romero Jucá disse que enviará um pedido de manifestação ao Ministério Público Federal, a fim de que o órgão avalie se ele cometeu algum tipo de crime em relação às conversas gravadas entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Da Reportagem
Edição – Pierre Triboli

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